Introdução: A persistência do ducto arterioso (PDA) é uma das cardiopatias congênitas mais frequentes em cães, especialmente em raças de pequeno porte e fêmeas. A falha no fechamento do ducto após o nascimento resulta em sobrecarga hemodinâmica, podendo levar à insuficiência cardíaca congestiva e morte prematura, caso não seja tratada adequadamente. A correção cirúrgica tem sido o tratamento de eleição, com elevado índice de sucesso quando realizada precocemente. Objetivo: Revisar a literatura científica sobre a persistência do ducto arterioso em cães, com foco na abordagem cirúrgica, prognóstico e possíveis complicações associadas ao procedimento. Metodologia: Realizou-se uma revisão narrativa da literatura por meio de buscas nas bases de dados PubMed, SciELO, Google Acadêmico e repositórios universitários, abrangendo publicações dos últimos 23 anos. Foram selecionados artigos, livros e relatos de caso que abordassem aspectos clínicos e cirúrgicos da PDA em cães, com ênfase nos desfechos cirúrgicos. Resultados e Discussão: Os estudos demonstram que a cirurgia de ligadura do ducto por toracotomia lateral esquerda é segura e eficaz na maioria dos casos, com taxas de sucesso superiores a 90% quando realizada em filhotes. Complicações como ruptura do ducto, hemorragias e lesão do nervo laríngeo recorrente foram descritas, embora com baixa incidência. A ecocardiografia Doppler mostrou-se essencial no diagnóstico e na avaliação pré-operatória, sendo indispensável para distinguir casos de fluxo reverso, nos quais a cirurgia é contraindicada. Técnicas minimamente invasivas, como o fechamento por cateter, surgem como alternativas promissoras, porém ainda pouco acessíveis na rotina clínica. Considerações finais: Conclui-se que a correção cirúrgica da PDA em cães é altamente eficaz quando realizada precocemente, sendo capaz de restabelecer a função cardíaca normal e proporcionar sobrevida prolongada. Ainda assim, a necessidade de diagnóstico precoce, infraestrutura adequada e capacitação cirúrgica são fatores cruciais para o sucesso do tratamento. Estudos comparativos entre técnicas cirúrgicas convencionais e minimamente invasivas são recomendados para guiar decisões clínicas futuras.
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