O risco de transmissão de Leishmania por transfusão sanguínea vem sendo descrito em alguns países, inclusive no Brasil, porém não há recomendação de testes de rotina para detecção deste parasita nos bancos de sangue. A leishmaniose transmitida por transfusão constitui uma preocupação em áreas onde a doença é endêmica, e o risco imediato ou tardio trazido por esse modo de transmissão deve ser criteriosamente avaliado. O objetivo do estudo foi detectar a infecção por Leishmania em doadores de sangue do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Mato Grosso do Sul “José Scaff”- Hemosul de Campo Grande, MS, e investigar a progressão para a doença nesses indivíduos. Em uma avaliação inicial, 430 doadores foram testados por imunofluorescência indireta, ELISArk39, teste rápido rK39 e reação em cadeia da polimerase. Dos doadores com pelo menos um teste positivo, 50 foram reavaliados quatro anos depois pelos mesmos métodos, assim como 25 que foram negativos para todos os testes (grupo controle). Na segunda avaliação, os doadores foram submetidos aos exames clínico e laboratorial para identificação de alterações compatíveis com a doença. A idade dos entrevistados variou de 18 a 68 anos com mediana de 32 anos. Houve predomínio de homens (70,2%) e 96,3% residem atualmente em Campo Grande, MS; sendo a maioria (79,1%) proveniente de área urbana. O tempo médio de doação foi de 7 anos e 6,3% tinham história de transfusão sanguínea. Na primeira avaliação, a infecção por Leishmania esteve presente em 41,4% (36,7% a 46,1% IC95%) dos doadores (n=430). Nenhum dos 75 indivíduos reavaliados desenvolveu a doença, mas a retestagem revelou positividade em pelo menos um método de diagnóstico em 36,0% (IC95%: 25,1-46,9) dos doadores. Dos 50 doadores inicialmente positivos, 50% permaneceram positivos e dos 25 inicialmente negativos, dois testaram positivo na avaliação subsequente. Considerando a presença de anticorpos para Leishmania e de DNA do parasita no sangue dos doadores e a gravidade da parasitose, torna-se necessário a discussão sobre o risco de transmissão transfusional e a inclusão de métodos de diagnóstico para Leishmania nos bancos de sangue, a fim de estabelecer uma triagem efetiva dos doadores infectados.
COMISSÃO ORGANIZADORA
- AMILTON FERNANDES ALVARENGA – Hospital São Julião
- DRA. BEATRIZ FIGUEIREDO DOBASHI - Hospital São Julião
COMISSÃO CIENTÍFICA
ANESTESIOLOGIA |
DR. RODRIGO LAUDO |
ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR AO IDOSO |
DRA. ANGELA SICHINEL |
CARDIOGERIATRIA |
DRA. ANGELA SICHINEL |
CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO |
DRA. ANA MARIA MAGALHÃES |
DERMATOLOGIA |
DR. AUGUSTO BRASIL |
ENDOCRINOLOGIA |
DRA. TEREZINHA MANDETTA |
GASTROENTEROLOGIA |
DR. FRANCISCO CEVALLOS |
INFECTOLOGIA |
DR. MAURICIO POMPILIO |
MASTOLOGIA |
DR. SÉRGIO FURLANI |
NUTRIÇÃO |
NUT. LUCIANE PEREZ E NUT. CLAUDIA GOUVEIA |
ODONTOLOGIA HOSPITALAR |
DR. EDUARDO MOTTA |
OFTALMOLOGIA |
DR. MARCOS PICCININ |
ORTOPEDIA |
DR. RODRIGO LARAYA |
PNEUMOLOGIA |
DRA. ANGELA DIAS QUEIROZ |
PSICOLOGIA HOSPITALAR |
PSICOL. SILVANA DORNELES |
REABILITAÇÃO |
T.O. LAURA BELADELLI |
RESIDÊNCIA |
DRA. BEATRIZ FIGUEIREDO DOBASHI |
VULNOLOGIA |
ENF. EDIVÂNIA PINHEIRO |