INTRODUÇÃO: Piomiosite tropical (PT) é uma infecção bacteriana rara, que acomete principalmente a musculatura de membros inferiores e tronco. Fatores de risco são trauma, exercício vigoroso, diabetes mellitus, hepatopatias, doenças reumáticas e infecção pelo HIV. Quadro clínico se dá em 3 estágios: invasiva - subaguda com febre e sinais flogísticos locais; supurativa - em 2-3 semanas com aumento de volume, febre, pus, ausência de eritema; tardia - sepse, eritema, sensibilidade exacerbada e flutuação local. Principal agente etiológico é o S. aureus (95%). Diagnóstico é obtido através de tomografia (TC) ou ressonância magnética. Drenagem cirúrgica e antibioticoterapia guiada por cultura são a base do tratamento. Possíveis complicações: abscessos, pneumonia, osteomielite, sepse, síndrome compartimental, insuficiência renal e trombose venosa, que determinam potencial gravidade. OBJETIVO: Relatar caso de piomiosite tropical de apresentação atípica. MÉTODOS: Revisão de prontuário de paciente atendida no serviço de Clínica Médica. RELATO DE CASO: Mulher, 59 anos, hipertensa e diabética, com diagnóstico de doença de Behcet, usuária crônica de corticoide (antecedente de fratura patológica de quadril à direita), encaminhada por quadro há 15 dias de mialgia difusa, dor lombar e em quadril de forte intensidade com limitação funcional, associada a retenção urinária, sinais flogísticos em perna direita há 12 dias, sem febre. Realizada TC de tórax e abdômen que evidenciaram coleções com ar em região de musculatura torácica e perivesical. Punção guiada com presença de S. aureus. Tratamento com Piperacilina + Tazobactam por 28 dias levaram à resolução da infecção, porém com persistência de limitação funcional. DISCUSSÃO: PT é uma rara, associada com imunodeficiências e trauma muscular prévio. O caso da paciente evidencia um perfil epidemiológico distinto, fora da faixa etária comum e sem febre, marcador geralmente associado à doença. Foi fundamental a punção com isolamento da bactéria, o que possibilitou diagnóstico e conduta adequados. CONCLUSÃO: PT deve ser lembrada como diagnóstico diferencial de síndrome febril, sobretudo em pacientes jovens com história de trauma ou imunossupressão. A suspeição clínica precoce é fundamental para o pronto diagnóstico e tratamento, associados a melhora do prognóstico desses pacientes.
COMISSÃO ORGANIZADORA
- AMILTON FERNANDES ALVARENGA – Hospital São Julião
- DRA. BEATRIZ FIGUEIREDO DOBASHI - Hospital São Julião
COMISSÃO CIENTÍFICA
ANESTESIOLOGIA |
DR. RODRIGO LAUDO |
ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR AO IDOSO |
DRA. ANGELA SICHINEL |
CARDIOGERIATRIA |
DRA. ANGELA SICHINEL |
CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO |
DRA. ANA MARIA MAGALHÃES |
DERMATOLOGIA |
DR. AUGUSTO BRASIL |
ENDOCRINOLOGIA |
DRA. TEREZINHA MANDETTA |
GASTROENTEROLOGIA |
DR. FRANCISCO CEVALLOS |
INFECTOLOGIA |
DR. MAURICIO POMPILIO |
MASTOLOGIA |
DR. SÉRGIO FURLANI |
NUTRIÇÃO |
NUT. LUCIANE PEREZ E NUT. CLAUDIA GOUVEIA |
ODONTOLOGIA HOSPITALAR |
DR. EDUARDO MOTTA |
OFTALMOLOGIA |
DR. MARCOS PICCININ |
ORTOPEDIA |
DR. RODRIGO LARAYA |
PNEUMOLOGIA |
DRA. ANGELA DIAS QUEIROZ |
PSICOLOGIA HOSPITALAR |
PSICOL. SILVANA DORNELES |
REABILITAÇÃO |
T.O. LAURA BELADELLI |
RESIDÊNCIA |
DRA. BEATRIZ FIGUEIREDO DOBASHI |
VULNOLOGIA |
ENF. EDIVÂNIA PINHEIRO |