Relação entre o Uso de Ondansetrona na Gestação e Malformações Congênitas: Revisão Sistemática

  • Autor
  • Isa Diniz Teixeira de Paula
  • Co-autores
  • Milena de Souza Lucas , Lara Thaís Pinheiro Medeiros , Iasmin Lima da Costa Falcão , Bianca Lima Araújo Medeiros , Júlio Augusto Gurgel Alves
  • Resumo
  • Objetivos: Investigar a relação entre o uso de Ondansetrona durante a gravidez e o desenvolvimento de malformações congênitas, com enfoque no primeiro trimestre gestacional.

    Métodos: Revisão sistemática descritiva sobre a relação entre o uso de Ondansetrona na gestação e a ocorrência de malformações fetais. No estudo foram selecionados artigos publicados na base de dados PubMed, nos últimos 5 anos, com os descritores: (Ondansetron) AND (congenital abnormalities), bem como os correspondentes na língua portuguesa. Os artigos em duplicata ou que não evidenciaram relação direta com o tema foram excluídos, restando aqueles que agregaram para a análise da associação entre o uso de tal medicação e possíveis defeitos congênitos.

    Resultados: Foram encontrados 39 artigos com as palavras-chave supracitadas, dentre os quais 9 foram selecionados, conforme os critérios de inclusão e exclusão. Desses, 7 correlacionaram o uso de Ondansetrona na gestação e o desenvolvimento de malformações congênitas, sobretudo no primeiro trimestre. O aumento do risco de fenda palatina foi citado de maneira frequente nesses 7 artigos, porém o risco não se mostrou tão expressivo. Ainda, em 2 artigos o defeito do septo interventricular esteve em destaque, cujo risco mostrou-se dose-dependente. Apesar de estudos demonstrarem tais correlações, a maioria da bibliografia revisada referiu heterogeneidade nos resultados, além de estimativas imprecisas que não contavam com associações significativas entre malformações fetais maiores e o uso do medicamento, o que evidencia uma escassez de resultados robustos no que tange ao uso seguro da Ondansetrona para o tratamento sintomático de hiperêmese gravídica. Atualmente, a administração da Ondansetrona no período gestacional ainda não é aprovada, tampouco recomendada por obstetras. Todavia, é a medicação mais frequentemente utilizada para náuseas e vômitos durante a gravidez nos Estados Unidos. Em diversos países, essa substância está endossada por diferentes instituições como opção terapêutica no contexto de hiperêmese gravídica, contudo, não como opção de primeira linha devido ao cuidado em relação ao seu uso e o aumento dos riscos de defeitos congênitos.

    Conclusão: Destarte, é evidente que a Ondansetrona é uma das medicações com fins antieméticos mais utilizadas atualmente durante a gravidez, todavia, não é recomendada como primeira escolha terapêutica devido a uma possível relação do seu uso, especialmente durante o primeiro trimestre, com malformações congênitas, sendo a recomendação e o uso reservados aos casos em que a paciente não apresenta resposta a outros antieméticos. Nesse contexto, os artigos revisados não mostraram concordância de resultados no estabelecimento da relação entre o uso da Ondansetrona e o aumento do risco do desenvolvimento de malformações congênitas, cenário que necessita de estudos e análises epidemiológicas mais robustos para confirmar se o uso dessa substância se mostra evidentemente eficaz.

  • Palavras-chave
  • Anormalidades Congênitas, Antieméticos, Gravidez.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Ginecologia e Obstetrícia
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