Objetivo: Entender como funciona a fisiopatologia da lesão renal quando induzida por medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).
Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura, cujos dados foram obtidos a partir da análise de quatro artigos, os quais abordaram a temática da nefrotoxicidade induzida pelos AINEs, tais artigos foram retirados das bases de dados SciELO e LILACS e foram publicados entre os anos de 2013 e 2023. Os descritores utilizados na pesquisa estão de acordo com os descritores em Ciência da Saúde (DeCS) e são respectivamente “Injúria Renal Aguda”, “Rim” e “Anti-Inflamatórios não Esteroides”.
Resultados: Os AINEs são fármacos comumente prescrito entre os médicos, sendo usados para tratar dor, inflamação e edema, seu mecanismo de ação se baseia na inibição da enzima ciclo-oxigenase (COX), enzima essa que é responsável pela conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas (PGE2), prostaciclinas e tromboxanos, os quais atuarão como vasodilatadoras na arteríola aferente dos rins, aumentando a perfusão renal com distribuição do fluxo do córtex para os néfrons na região medular renal. Ademais, com a inibição do ácido araquidônico e, assim, das prostaglandinas, a arteríola aferente renal irá sofrer um quadro de vasoconstrição, diminuindo a perfusão renal. Essa situação pode ocasionar uma redução da taxa de filtração glomerular, culminando em uma isquemia medular. Mediante a estimulação de receptores tubulares, as PGE2 irão agir na inibição do transporte de sódio e cloreto na alça ascendente de Henle e nos ductos coletores por meio da estimulação do receptor EP1, levando à natriurese, e com o uso dos AINEs pode acarretar maior retenção de sódio e água por inibir a produção de PGE2, levando à formação de edema. Esses fatores, associados com um uso constante e em alta dose pode ocasionar lesão renal aguda (LRA). Essa enfermidade pode ser apresentar de duas formas, sendo a principal forma a hemodinamicamente mediada, a segunda forma de apresentação da LRA induzida por AINEs é a nefrite intersticial aguda (NIA) com síndrome nefrótica.
Conclusão: Diante disso, torna-se notável os riscos acerca do uso AINEs constantemente associados à altas doses, tal medicamento é muito prejudicial ao sistema renal, gerando vários malefícios para o corpo humano. Ademais, é comum a geração de um efeito dose-dependente, principalmente quando é usado para tratar dores crônicas, como artrite reumatoide e doenças osteomusculares, as quais precisam de um tratamento contínuo. Assim, é necessário sempre avaliar a relação custo-benefício da droga, principalmente em indivíduos que possuem alguma comorbidade, por exemplo, doença renal crônica, hipertensão e idade avançada, pois tais enfermidades podem agravar significativamente os malefícios dos AINEs, com o fito de evitar um desenvolvimento de uma lesão renal aguda.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura