Objetivo: O artigo visa explorar opções terapêuticas para a sequela pós-aguda da COVID-19, ou coloquialmente conhecido como "brain fog" pós-COVID, com o fito de identificar intervenções eficazes para melhorar os sintomas cognitivos relacionados ao agravo. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa na plataforma PubMed com os descritores "COVID-19", “brain fog” e "treatment", separados por "AND". Filtrando trabalhos publicados entre 2020 a 2023, de modo integral, gratuito e em qualquer idioma. Obteve-se um total de 341 resultados. Após a avaliação do resumo, foram selecionados 53 textos, os quais tiveram uma leitura minuciosa e impessoal por todos os autores, sendo escolhidos nove para compor esta obra. Resultados: Brain fog é um termo coloquial para uma queixa comum entre pacientes com sequela pós-aguda da COVID-19 (PASC), a qual implica acometimento cognitivo. Contudo, os mecanismos patogênicos desses sintomas de longa COVID ainda permanecem obscuros. Nesse sentido, o desenvolvimento de sintomas de longo prazo de COVID-19, mais de quatro semanas após a infecção primária, denominada “COVID longa” ou PASC, pode insinuar complicações neurológicas persistentes, por exemplo, a neuroinflamação, a qual se manifesta como um quadro de fadiga e de “neblina cerebral”. Por conseguinte, este estudo considerou a hipótese do teste OVRT-C, o qual, usando um rastreamento ocular, identifica e mede complicações neurais funcionais após a infecção por COVID-19. Uma porcentagem significativa de pacientes (até 86%) obteve pontuação fora das normas, logo portadores da condição. Assim, o teste OVRT-C mostrou-se viável para fornecer dados de déficits neurais em pessoas que se recuperam da infecção por COVID-19, além de rastrear pacientes em risco de desenvolver COVID longa e, consequentemente, ajudar a orientar estratégias de reabilitação e de tratamento. Por fim, existe uma gama de medidas terapêuticas no mercado que atestam melhora no quadro de pacientes com “COVID longa”; todavia, muitos estudos ainda são necessários para confirmar tratamentos completamente eficazes. Conclusão: Com a análise feita, infere-se que o Brain Fog torna suscetível o desenvolvimento de neurodisfunções, as quais afetam, diretamente, as atividades cotidianas. Assim, após a pandemia da COVID-19, foi notório o crescente número de casos de neuropatias, visto que os estudos revelam que as sequelas da doença têm intrínseca relação com atividades neurológicas. Outrossim, os diversos métodos de tratamento, mesmo que funcionais, mostraram-se inconclusivos a respeito da correta medida terapêutica, acarretando um aumento das possibilidades de intervenção. Portanto, depreende-se que não existe um tratamento específico, sendo necessário o estudo de cada caso para concluir qual a melhor terapêutica e o melhor acompanhamento a ser efetuado.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura