Introdução: A gravidez na adolescência é considerada um problema de saúde pública no Brasil por apresentar uma das maiores taxas da América Latina, que apesar da redução da taxa entre jovens de 15-19 anos (2006-2015), ainda permanece alta a taxa de fertilidade entre essa população. A gestação nessa faixa etária é um fator determinante na morbimortalidade dessas mulheres, bem como é preditor de parto prematuro, baixo peso ao nascer e complicações durante a gestação. Por fim, é importante destacar que a ocorrência da gravidez em idade precoce resulta em uma maior taxa de abandono escolar e dificuldade em obter atividades remuneradas, impactando significativamente no desenvolvimento pessoal e profissional dessas mulheres.
Objetivo: Analisar a gravidez na adolescência entre 2012-2022 no município de Fortaleza.
Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico de série temporal, retrospectivo, utilizando dados secundários disponibilizados pelo Sistema de Informação sobre Nascidos vivos – SINASC do município de Fortaleza, Ceará, no período entre 2012 e 2022. Os dados foram exportados sob forma de frequência em tabelas do Excel e posteriormente calculados em percentuais.
Resultados: Observaram-se 348.716 nascimentos nos últimos 10 anos, destes 15,92% eram filhos de mães adolescentes (n=55.518). Houve variação nos percentuais de gestações na adolescência sendo o ano de 2014 com o maior percentual, 23,56% (n=8.833), enquanto 2022 teve o menor percentual, 10,56% (n=2.564). Houve redução de gravidez na adolescência em todas as regionais de saúde de Fortaleza, as regionais com maiores percentuais de gravidez na adolescência SER 1 (n=7.529), SER 5 (n=14.009) e SER 6 (n=17.127), com média percentual durante a década de 15,72%, 16,58% e 17,95%, respectivamente.
Conclusão: Houve uma redução na taxa de gestação de adolescentes entre 2012 e 2022 no município de Fortaleza e em todas as regionais, acompanhando a tendência nacional. Dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (2012), mostram o Ranking da distribuição de renda média por regional, estando as regionais V, I e VI, em 6º, 5º e 3º lugar, respectivamente. Além disso, quanto às taxas de alfabetização, 96% da população alfabetizada, encontra-se nas SER II, III e IV. Enquanto as regionais V e VI concentram as menores taxas de alfabetização. A literatura aponta que os principais fatores de risco para ocorrência de gestação entre mulheres de 10 a 19 anos incluem baixa escolaridade e baixo nível socioeconômico. Já a atuação com atividade remunerada e o uso de contracepção são considerados fatores protetores para esse evento.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura