ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM MENINGITE COM FÍSTULA LIQUÓRICA OU TCE PRÉVIO EM HOSPITAL TERCIÁRIO DE DOENÇAS INFECCIOSAS, DE 2019 A 2022, FORTALEZA-CE

  • Autor
  • Giuliana de Fátima Lima Morais
  • Co-autores
  • Nathalia Camilla Maciel Jenkins , Deborah Nayara Santos de Farias , Marcos Maciel Sousa , Lauro Vieira Perdigão Neto , Luís Arthur Brasil Gadelha Farias
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO
    A meningite bacteriana é uma infecção do sistema nervoso central (SNC) cujos principais agentes
    são Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae. As meningites
    podem ocorrer por diferentes vias, como contiguidade ou hematogênica. As meningites decorrentes
    de fístulas liquóricas e de traumatismo cranioencefálico (TCE) são exemplos em que o agente
    etiológico alcança o SNC por contiguidade. As meningites infecciosas, especialmente as que têm
    como agentes etiológicos as bactérias, são de importância para a Saúde Pública devido ao potencial
    de produzir surtos e letalidade.
    OBJETIVOS
    Analisar o perfil microbiológico, clínico, epidemiológico e laboratorial dos pacientes com meningite
    confirmada com fatores de risco relacionados à fístula liquórica e/ou TCE internados no HSJ, de 2019
    a 2022.
    METODOLOGIA
    Trata-se de um estudo descritivo, analítico de uma coorte de pacientes com diagnóstico
    clínico-laboratorial de meningite associada às comorbidades: fístula liquórica ou TCE de 2019 a
    2022. Este estudo foi aprovado no comitê de ética do HSJ (Protocolo: 4.963.906).
    RESULTADOS
    Foram identificados 537 pacientes suspeitos de meningite no período. Destes 406 pacientes
    confirmaram o diagnóstico de meningite e 18 pacientes tinham os critérios de inclusão com presença
    de fístula liquórica e/ou TCE prévio ao quadro infeccioso. A média de idade foi de 35,29 anos,
    mediana de 35 (IQR 26,5-44,5). O sexo mais comum foi masculino (n=12; 66,7%), com proporção de
    sexo de 2:1. A maioria dos pacientes (n=14; 77,8%) eram naturais e procedentes do interior do
    estado. A média de tempo de sintomas foi de 2,64 dias, mediana de 1 (IQR 1-3). A média de
    internamento foi de 20 dias. A média de celularidade foi 5115,11 cel/mm³, glicose 50,78 mg/dl,
    proteína 240 mg/dl. Com relação aos exames gerais, proteína c-reativa e leucocitose foram
    evidenciados na maioria dos casos, com médias de 85,37 (VR < 5mg/dL) e 18358,82 (VR 4.000 a
    10.000 cel/mm³). Dos 18 pacientes, 8 (44,5%) tinham fístula liquórica, 5 (27,8%) sofreram TCE e 5
    (27,8%) ambos. Dos 18 pacientes, 11(61,1%) tiveram S. pneumoniae identificados, seguido por H.
    influenzae (n=1; 5,5%), Enterovírus (n=1;5,5%), Klebsiella pneumoniae (n=1; 5,5%), Staphylococcus
    aureus (n=1; 5,5%), sem agente identificado (n=3; 16,7%). Os pneumococos foram identificados por:
    bacterioscopia (n=6; 33,3%): PCR multiplex (n=8; 44,4%), cultura (n=2; 11,1%). Em 3 (16,7%) houve
    concordância do PCR com a bacterioscopia. Não houve concordância entre PCR e cultura ou
    bacterioscopia. Dos 18, 2 (11,1%) precisaram de UTI, 16 (88,9%) alta hospitalar e 2 (11,1%) para
    transferência externa.
    CONCLUSÃO
    O perfil de pacientes com fístula liquorica e/ou TCE prévio foi principalmente do sexo masculino, do
    interior do estado, com história de meningite aguda. O agente etiológico mais comum encontrado foi
    o pneumococo, revelando a relação entre as comorbidades supracitadas e este agente etiológico de
    acordo com a literatura médica.

  • Palavras-chave
  • Meningite bacteriana, fístula liquórica, traumatismo cranioencéfalico, Streptococcus pnemoniae
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