Introdução
A ludicidade é um conceito que se refere a brincadeiras, atividades de lazer, viagens de férias, excursões, entre outras possibilidades de entendimento. Com isso, percebe-se que as práticas de atividade dessa natureza contribuem para um desenvolvimento intelectual, cognitivo e psicomotor, introduzindo crianças a interações sociais, compreensões de sentimentos e uma amplificação de suas habilidades motoras.
Ademais, é importante pontuar que crianças em situação de carência psicossocial não costumam realizar atividades lúdicas com uma frequência adequada para um bom desenvolvimento social, e sua situação de vulnerabilidade pode resultar em impactos negativos à saúde do indivíduo. Notavelmente, crianças vulneráveis podem adquirir uma série de doenças psíquicas, como estresse pós-traumático, depressão e ansiedade, com indivíduos conectados à rua sendo os mais acometidos, entretanto, também é notável o impacto em infantes residentes em instituições de caridade.
O presente estudo tem a finalidade de expor a efetividade da promoção do desenvolvimento psicossocial de crianças em situações de vulnerabilidade social, por meio da implementação de atividade lúdicas como uma ferramenta de mudança social junto ao processo de ensino-aprendizagem dessas crianças.
Metodologia
Inicialmente, foi elaborado um café da manhã em formato de piquenique para as crianças que residem no abrigo Casa Sol Nascente, localizado no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU) em Fortaleza, Ceará. Para além desse primeiro momento de integração, foram desenvolvidas atividades lúdicas, como corridas, brincadeiras culturais e mímicas, com foco na diversão e no fomento do desenvolvimento interpessoal dos infantes.
Após os momentos supracitados, houve a divisão dos alimentos, como bolos, salgadinhos, cachorros-quentes e sucos, entre as crianças, ressaltando a importância da prática de atividades físicas, de uma alimentação diversificada e do lazer para o desenvolvimento e proteção psicossocial em infantes que vivem em situações hipossuficientes.
Resultados
Como resultado, obtivemos uma resposta significativamente positiva, tendo em vista que houve uma integração abrangente das crianças com os participantes do grupo, assim como dos infantes consigo mesmos.
Mesmo sendo um tema que deva ser preferencialmente evitado, tendo em vista que envolve infantes em situação de adoção, muitas crianças já indagavam os integrantes do grupo com promessas para o futuro, como “Quando vocês vão voltar?” e “O que vocês vão trazer para mim?”, demonstrando certo interesse na continuidade dos encontros.
Conclusão
Por meio dessa abordagem, foi constatado que as atividades lúdicas promovem amplo desenvolvimento psicossocial, visto que as crianças foram instigadas a realizar princípios básicos de socialização como a partilha, a partir dos alimentos, e a coparticipação, presente nas brincadeiras.
Além disso, ficou explícito que a ludicidade amplifica as relações de confiança entre os cuidadores e as crianças, pois os infantes constantemente mostravam suas habilidades e confidenciavam seus desejos, o que demonstra segurança com a equipe envolvida.
Dessa forma, entendemos que é possível e necessário fazer o acolhimento de crianças vulneráveis com atividades lúdicas, na medida em que o sentimento de pertencimento, afeto e fraternidade são desenvolvidos de maneira significativa, e isso favorece seu desenvolvimento social, reduzindo a influência negativa propiciada pelo abandono.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura