Objetivo: Correlacionar os casos de COVID-19 com o quadro de sarcopenia e avaliar a epidemiologia dos pacientes.
Métodos: O estudo incluiu pacientes com mais de 40 anos atendidos na Clínica Escola de Saúde (CES) da Unichristus, entre agosto e setembro de 2023, que tiveram histórico de infecção por COVID-19. Foram excluídos os pacientes abaixo dessa faixa etária e os não infectados pelo vírus. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
A coleta de dados socioeconômicos e clínicos foi realizada por meio da análise retrospectiva/prospectiva de uma coorte histórica, avaliando 74 pacientes no ambulatório da CES. Os pacientes foram questionados sobre dados socioeconômicos, tempo desde a infecção por COVID-19 e comorbidades.
A avaliação de sarcopenia foi feita usando a tabela SARC-F. Resultados categóricos foram apresentados em percentuais e contagens, com teste de qui-quadrado para associação. Medidas de tendência central foram aplicadas usando testes de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos. Os dados foram analisados usando o software IBM SPSS Statistics (Versão 23.0).
O estudo envolveu uma avaliação por meio de questionário interativo, apresentando riscos mínimos, com ênfase na preservação da integridade física e mental dos participantes através do sigilo.
Resultados: O estudo envolveu 79 participantes, predominantemente do sexo feminino (84,8%), com idades distribuídas entre 40 e acima de 70 anos. A maioria era casada (54,6%), de cor parda (65,9%), e seguidora da fé católica (68,4%). Apenas 10,1% tinham um Índice de Massa Corporal (IMC) ideal, enquanto 58,2% eram sedentários.
Dos que praticavam exercícios (41,8%), a maioria realizava mais de 3 horas por semana, com a caminhada sendo a atividade mais comum (57,6%). Cerca de 49,4% dos participantes relataram ter recebido diagnóstico de COVID-19 em 2020, 35,4% em 2021, 34,2% em 2022 e 3,8% em 2023.Entre as comorbidades, a hipertensão foi a mais prevalente (57,1%), seguida por diabetes (26,8%) e depressão (8,9%).
Observou-se que a maioria dos participantes não tinha dificuldade para carregar um peso de 5 kg (73%) ou para andar sem ajuda (89%). No entanto, em atividades como levantar-se da cadeira ou cama, 20% apresentaram leve dificuldade, e em 3% houve dificuldade moderada. Analisando o desempenho dos pacientes em subir uma escada de 10 degraus, 64% executam normalmente essa ação, 27% manifestaram leve dificuldade e 9% apresentam muita dificuldade ou não conseguem. Em relação a quedas no último ano, 84% informou não ter sofrido, 14% alegou sofrer pelo menos uma queda e 3% relatou ter quatro ou mais.
Conclusão: Com a pandemia do COVID-19, notou-se que quadros de sarcopenia, como sequela da infecção. Observou-se, em parte dos entrevistados, a perda leve de força após a contaminação. Em relação à mobilidade dos pacientes ao levantar da cama ou de uma cadeira, notou-se dificuldade para a execução dessa ação. Tais sintomas foram mais relatados ao pedir que os pacientes subissem uma escada de 10 degraus. Apesar dos dados vistos em nosso trabalho, mais estudos são necessários para relacionar essa infecção viral com a sarcopenia.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura