IMAGENS MUSCULOESQUELÉTICAS EM PACIENTES COM CHIKUNGUNYA

  • Autor
  • Jorge Alberto de Sabóia Arruda Filho
  • Co-autores
  • Gabriel Gomes de Sousa , Carlos Alexandre Leite Pereira Filho , Thiago Menezes de Souza , Giselle Amorim Pontes , Jobson Lopes de Oliveira
  • Resumo
  •  

    Objetivos: A febre de Chikungunya (CHIK) é uma arbovirose transmitido por mosquitos do gênero Aedes e que se caracteriza por febre, artralgia e erupção cutânea. Muitos sintomas relacionados às articulações persistem além das manifestações iniciais da doença, levando à dor crônica e ao comprometimento funcional significativo. Até o momento, há poucos estudos descrevendo descrições dos achados radiológicos, em pacientes com CHIK. Este estudo busca revisar as imagens musculoesqueléticas em pacientes com CHIK.  Métodos: Realizou-se uma busca na base de dados PUBMED de artigos científicos (ensaios clínicos randomizados, estudos observacionais, estudos de caso-controle, estudos transversais e estudos de coorte) utilizando-se os seguintes termos: “chikungunya”, e “musculoskeletal imaging” ou imaging” ou radiography  ou “magnetic resonance imaging ou MRI” ou tomography” ou ultrasound”. Foram selecionados artigos originais em inglês publicados até setembro de 2023, excluindo-se estudos com animais, outros tipos de artigos e publicações em outros idiomas. Também foram incluídas referências encontradas nos artigos identificados. Resultados: inicialmente, foram encontrados 185 resultados, dos quais selecionamos 11 de acordo com os critérios de inclusão. A ultrassonografia de mãos e punhos pode revelar sinovite de interfalangeanas proximais, metacarpofalangeanas e punhos (62%-74%), espessamento de bainhas flexoras e extensoras (60% cada), fluxo vascular aumentado no power Doppler e espessamento de nervo mediano em cerca de um quarto dos casos e raramente erosão óssea (cerca de 3%). A ressonância de mãos mostrou-se melhor em detectar erosão óssea do que ultrassonografia, com frequência de 20%-26.5% em casos crônicos de CHIK.  Radiografias de mãos geralmente são normais em quadros agudos ou mostram osteopenia (18%) e edema de partes moles (10%). Lesões ósseas podem ser detectadas em até metade dos pacientes com quadros crônicos após uma média de 3,5 anos. A ultrassonografia de tornozelos pode exibir derrame articular (69,2%), tenossinovite dos fibulares e tibial posterior (59,6%) miosite do sóleo ou flexor longo do hálux) (17,3%), bursite retrocalcânea (5,8%), mas o aumento do fluxo vascular no power Doppler é pouco frequente (3,8%). Infiltrado inflamatório subcutâneo nos tornozelos (celulite asséptica) pode ser observado em pouco mais de um quarto dos pacientes. Estudos mostram boa concordância entre o exame físico articular e a ultrassonografia no diagnóstico de sinovite em pacientes com Chikungunya. Conclusão: Os métodos de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética, desempenham um papel crucial na documentação das manifestações musculoesqueléticas da febre de Chikungunya, fornecendo informações valiosas para o diagnóstico e acompanhamento da doença.

  • Palavras-chave
  • chikungunya; radiografia; ultrassonografia; ressonância magnética
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