Introdução: A hipertensão arterial essencial é a doença crônica que apresenta maior prevalência no mundo e está associada ao sobrepeso e obesidade. Sua prevalência vem aumentando em crianças e adolescentes, sendo responsável por um grande impacto na qualidade de vida, com interferência direta no crescimento e desenvolvimento dos indivíduos. No mundo inteiro, estima-se que cerca de 4% das crianças tenham hipertensão arterial. A hipertensão arterial sistêmica na infância tem sido associada a recente epidemia de obesidade. Estudos epidemiológicos de hipertensão arterial na infância têm sido fonte importante de subsídios, fornecendo indícios consistentes de que a hipertensão arterial sistêmica do adulto começa na infância. Objetivo: Descrever o perfil de crianças de 0 a 9 anos internadas por hipertensão essencial (primária) no período de 2019 a 2022, residentes no Estado do Ceará. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa. Para o desenvolvimento da pesquisa utilizou-se dados alocados no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), na página do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referentes a relação de crianças internadas por hipertensão essencial (primária) e as variáveis sexo, faixa etária e raça, entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022. Resultados e Discussão: Foram registrados 6 internamentos com hipertensão essencial no Ceará no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. Dentre os casos, 50% (3/6) eram do sexo feminino e 50% (3/6) masculino. De acordo com a idade das crianças, 66,6% (4/6) são menores de 1 ano, 33,3% (2/6) possuem entre 1 e 4 anos. Além disso, a incidência é maior em crianças pardas, equivalendo a 50% (3/6), seguidas de 33,3% (2/6) de brancas e 16,6% (1/6) de amarelas. Crianças negras e indígenas não foram reportadas. Diante do contexto, o controle do alimentar pode ser de extrema importância na prevenção da hipertensão na infância. Dietas obesogênicas tornaram-se um hábito que afeta a alimentação das famílias. São dietas ricas em calorias, gorduras saturadas e trans, açúcares, sódio, produtos químicos, aditivos alimentares e conservantes, que aumentam de forma substancial as chances de hipertensão em crianças. Conclusão: Apesar da baixa incidência quanto a hipertensão em crianças menores de 10 anos, conclui-se que esses achados corroboram a importância da detecção precoce da pressão arterial elevada com a aferição regular da pressão arterial em crianças, podendo ser importante ferramenta na prevenção de complicações futuras.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura