Objetivo: Diferenciar a bronquiectasia cística e a bronquiectasia de tração nos achados da tomografia computadorizada de alta resolução. Metodologia: No período de setembro de 2023 foram pesquisados artigos no Scientific Electronic Library Online (SciELO) e PubMed que abordassem sobre o tema de bronquiectasia e seus achados na tomografia computadorizada de alta resolução. Em ambas as bases de dados, buscaram-se “Cystic bronchiectasis”, “Traction bronchiectasis” e “Bronchiectasis in High Resolution Computed Tomography”, além de aplicar os filtros: “free full text” e “publicações de 2018 a 2023”. Resultados: A bronquiectasia ocorre como consequência de doença respiratória crônica caracterizada por uma síndrome de tosse produtiva e infecções respiratórias recorrentes, com diferenças importantes entre a apresentação e a história natural da doença. A Tomografia Computadorizada de Alta Resolução (TCAR) apresenta alta sensibilidade para o diagnóstico de bronquiectasia e representa um grande avanço em relação a outras técnicas existentes. A TCAR é agora a técnica indicada e aceita para estabelecer o diagnóstico de bronquiectasia. O pré-requisito é a identificação da dilatação das vias aéreas, vista como um aumento da relação entre a luz interna de um brônquio e sua artéria pulmonar adjacente. A falta de afilamento normal, obstrução de muco, nódulos, espessamento da parede brônquica, padrão de “árvore em brotamento”, perda de volume pulmonar e padrão de mosaicismo são características adicionais úteis para apoiar o diagnóstico de bronquiectasia. Distorção e dilatação dos brônquios segmentares e subsegmentares, geralmente causados pela destruição do parênquima pulmonar circundante, são achados frequentes no contexto de processos fibróticos avançados secundários a doenças intersticiais, após infecções extensas ou enfisema pulmonar, e são chamadas de bronquiectasias de tração. Por sua vez, a bronquiectasia cística é uma dilatação sacular com linha de corte em balão, associada a manifestações de doença inflamatória avançada de repetição, que pode ser rastreada quase até a pleura, caracterizando-se pela presença de imagens císticas de paredes finas, algumas vezes apresentando nível hidroaéreo em seu interior. Na bronquiectasia cística grave, a artéria pulmonar companheira pode estar obliterada. Conclusão: Diante disso, conclui-se que, para o diagnóstico de bronquiectasia, é necessária a identificação da dilatação permanente do brônquio em relação à luz da artéria pulmonar adjacente. Nesse sentido, é possível diferenciar padrões de bronquiectasias císticas e de tração por meio da TCAR. Assim, a bronquiectasia cística apresenta vários cistos periféricos de paredes finas, com ou sem níveis hidroaéreos, que tendem a agrupar-se na distribuição de um feixe broncovascular Já a bronquiectasia de tração está associada à destruição do parênquima pulmonar circundante. Além disso, as diferenças entre bronquiectasias císticas e de tração observadas na TCAR podem ser úteis para avaliar possíveis causas.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura