INTRODUÇÃO: Segundo o INCa, para o Brasil, estimam-se 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022. O câncer de mama feminino ocupa a primeira posição em prevalência maligna, uma vez excluídos os tumores de pele não melanoma, com um risco estimado de 44,29 por 100 mil na Região Nordeste. O serviço de Navegação Oncológica da SESA iniciou em 2019, vinculado ao Núcleo de Telessaúde, na macrorregião de saúde de Fortaleza, com a finalidade de fazer o acompanhamento individual dos pacientes com suspeita ou diagnóstico de câncer que são incluídos no Sistema de Regulação Estadual; garantindo seu acesso a um serviço capaz de diagnosticar e tratar a patologia no menor espaço de tempo possível. OBJETIVO: Analisar a prevalência de câncer de mama, por faixa etária, no Ceará no ano de 2021, na população usuária do SUS, utilizando os dados do núcleo de navegação de pacientes oncológicos da SESA. METODOLOGIA: População-alvo: pacientes com diagnóstico inicial (casos novos) de câncer de mama em 2021, na Região de Saúde de Fortaleza, que engloba 64 dos 184 municípios do Ceará. Foram identificadas, na base de dados da navegação, 1117 pacientes com quadro clínico ou radiológico suspeito para patologia maligna mamária. Foram excluídos os casos de recidiva tumoral, patologia benigna pós anatomopatológico, sexo masculino e tratamentos iniciados na rede suplementar de saúde. As 710 usuárias remanescentes foram então estratificadas por idade. RESULTADOS: Identificamos 110 mulheres com idade abaixo de 40 anos (15,5%); 180 de 40 a 49 anos (25,5%); 314 entre 50 e 70 anos (44%) e 106 acima de 70 anos (15%). CONCLUSÃO: O exame padrão ouro para rastreio do câncer de mama é a mamografia. Atualmente, no nosso estado há uma orientação, oriunda do Ministério da Saúde, de que seja solicitado para mulheres com idade entre 50 e 70 anos. Avaliando nossa estatística, desta maneira estaríamos englobando um percentual de apenas 44% dos casos novos. A recomendação das sociedades de radiologia, ginecologia e mastologia é de que a mamografia seja realizada na população de risco habitual entre 40 e 74 anos. Aplicando tal informação a nossa casuística, percebemos que atenderíamos a um total de 69,5% dos casos novos. Desta forma, sugerimos que, baseado nos nossos dados populacionais, caberia uma discussão para a mudança de conduta de orientação ao profissional da estratégia de saúde da família, no sentido de acatar a recomendação das sociedades médicas e incluir na diretriz de solicitação de mamografia, pelo menos, as mulheres entre 40 e 70 anos, visando uma maior efetividade no diagnóstico precoce desta patologia no Ceará.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura