Objetivos: Estimar a prevalência, a incidência e os fatores associados a quedas entre idosos atendidos em uma clínica escola. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo dividido em duas fases: um seguimento transversal, entre agosto de 2016 a novembro de 2018 (N=129); e um prospectivo de agosto de 2018 a novembro de 2018 (N=66). Dados sociodemográfico foram coletados por meio de questionários semi-estruturados. Foram aplicados também os instrumentos: Questionário de Porto Alegre de Sintomas Dispépticos, Índice SOF (Study of Osteoporotic Fracture Criteria for Frailty) e Critérios de ROMA IV para constipação funcional. O desempenho físico foi avaliado por meio do teste Time up and go (TUG) e pelo teste de caminhada de 4,6 metros. A força e massa muscular foram avaliados pelo teste de pressão palmar e comprimento da panturrilha, respectivamente. Realizaram-se análises estatísticas, entre o desfecho e as características sociodemográficas e de saúde avaliadas, a partir da Regressão Múltipla de Poisson. Resultados: A média da idade dos 129 participantes avaliados foi de 71,3 (DP:±7,95), a maioria era do sexo feminino (72,9%), aposentados (79,8%), com baixa escolaridade (65,9%), que moravam com o cônjuge (48,8%) e que não praticavam atividade física (66,6%). Foi apresentado uma relação entre a maior frequência de quedas com a idade (p=0,024), ser aposentados (p=0,024), não praticar atividade física (p=0,035) e não praticar caminhada (p=0,012). No estudo transversal, foram associados de forma estatisticamente significante o número de quedas, a presença de hipertensão arterial sistêmica (p=0,020) e o consumo de cinco a treze medicamentos por dia (p=0,017). Evidencia-se que para cada medicamento consumido o número de queda por pessoa foi 1,1 vez maior, este aumento foi significativo (p<0,001). Também foram apresentadas associações entre a frequência de quedas com o baixo desempenho físico (p<0,001), baixa massa muscular (p=0,005) e uma associação positiva naqueles que concluíram o percurso em tempo ? 20 segundos no teste TUG (p<0,001). A presença de sintomas dispépticos (p<0,001) e de constipação funcional (p<0,001) também, demonstrou maior frequência para quedas. No estudo de coorte, a análise reforçou associação entre não ser ex-etilista (p=0,023) e ter constipação (p<0,001). Conclusão: Considera-se elevada a prevalência e incidência de quedas entre os idosos avaliados. Entre as limitações do estudo, pode-se destacar a amostra pequena e restrita, o que não permite generalizar os resultados. A presente pesquisa foi realizada com apoio da Coordenac?a?o de Aperfeic?oamento de Pessoal de Ni?vel Superior – Brasil (CAPES) e aprovada no CEP/Plataforma Brasil da Unichristus sob protocolo. O projeto foi aprovado no CEP/Plataforma Brasil da Unichristus sob o protocolo 2.757.675, emitido em 05 de julho de 2018.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura