Introdução e objetivo: As parasitoses determinam várias consequências no contexto médico-social, pois acarretam efeitos nocivos na nutrição das crianças, em seu crescimento e no desenvolvimento cognitivo, repercutindo negativamente sobre escolaridade e condições de vida da população pediátrica. A prevalência de parasitoses no Brasil varia de 23,3% a 66,3% em escolares e 15% nos lactentes. Esses grupos têm maior risco de aquisição de infecções parasitárias e de desenvolvimento de quadros graves, devido a hábitos higiênicos precários e da imaturidade do sistema imunológico. São condições que acometem uma parcela da população mais vulnerável como as que vivem em comunidades de baixa renda em que o ambiente e condições climáticas são favoráveis para o desenvolvimento e propagação de parasitos. Em Fortaleza, Ceará, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Rigoberto Romero, apresenta elevada demanda de pacientes pediátricos com parasitoses, tornando-se necessárias ações de educação em saúde como medida preventiva a fim de mitigar os casos de parasitoses na infância. Portanto, tal trabalho tem por objetivo relatar a experiência de educação em saúde para prevenção de parasitoses comuns na população pediátrica, através de abordagem direcionada ao público infantil e seus responsáveis dentro de uma UBS.
Relato de caso: A ação de educação em saúde foi desenvolvida na UBS Rigoberto Romero, em Fortaleza, Ceará, por acadêmicos do quarto semestre de um curso de medicina em parceria com gestores da Unidade. A atividade consistiu na elaboração e distribuição de panfletos contendo orientações, para os pais ou responsáveis, sobre medidas preventivas para três parasitoses bastante comuns na infância – tungíase, pediculose da cabeça e ascaridíase. Ao mesmo tempo, para as crianças em sala de espera, foi utilizada abordagem criativa e dinâmica através da utilização de macromodelos dos parasitos em questão, para que elas pudessem se familiarizar melhor com os causadores das parasitoses, além de material impresso com imagens relacionadas à prevenção de tais parasitoses para interação por meio da pintura. A ação visou levar, ao entendimento do público-alvo, pontos relevantes como a prevenção das parasitoses e o reconhecimento de quando é necessário procurar o serviço de saúde, bem como sobre a importância do tratamento correto.
Conclusão: Identificamos uma excelente participação e interação das crianças e de seus responsáveis ao ser utilizado o material interativo e visualmente colorido como recurso de educação em saúde, permitindo uma conexão satisfatória entre os participantes pediátricos e seus acompanhantes. A utilização de atividades interativas voltadas para a educação em saúde da população pediátrica e seus responsáveis é uma estratégia importante, porém pouco explorada no ambiente de espera das UBS. Trata-se de uma atividade simples, mas com uma perspectiva de repercussão positiva no aprendizado de crianças sobre temas em saúde, permitindo o desenvolvimento da autonomia e corresponsabilidade por seus cuidados.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura