PIODERMA GANGRENOSO EM MEMBRO INFERIOR DIREITO: UM RELATO DE CASO

  • Autor
  • olga vale oliveira machado
  • Co-autores
  • Herbet Almeida Magalhães Filho , Luis Felipe Rebouças Leite , Lucas Almeida Arruda , Maria Eduarda Borges Linhares , Lia de Oliveira Jereissati
  • Resumo
  • Título: MODELO DE RESUMO DE RELATO DE CASO A SER APRESENTADO NO XXXIV OUTUBRO MÉDICO

    Filiação: Centro Universitário Christus, Fortaleza- Ceará

    Objetivo: relatar um caso clínico de Pioderma Gangrenoso (PG), abordando o diagnóstico e a intervenção terapêutica adequada.

    Relato de Caso: paciente do sexo masculino, 57 anos de idade, branco, policial militar, com história prévia de hiperuricemia, apresentou queixa de ferida na perna há 10 meses, após sofrer um trauma de corte em uma cadeira. O restante do exame físico foi normal. Relatou que, desde então, a lesão aumentou, possuindo bordos irregulares com secreção purulenta e dor de forte intensidade em sua perna direita (figura 1).

    Inicialmente, realizou-se analgesia para dor e um esquema terapêutico com Sulfametoxazol com Trimetoprima, sendo encaminhado ao estomatoterapeuta para realização de curativos. Solicitou-se ultrassom de membros inferiores e Raios X da perna direita, os quais não evidenciaram osteomielite.

    Foi solicitada biópsia que evidenciou um processo inflamatório crônico inespecífico associado à ulceração da epiderme. Evidenciou ainda camada córnea com hiperqueratose, focos de paraceratose e crosta fibrinolecocitária na epiderme, a qual mostrou acantose irregular e espongiose discreta. A derme exibiu moderado infiltrado inflamatório linfo-histiocítico perivascular e perianexial. As colorações especiais para fungo e BAAR (Grocott e Ziehl-Neelsen) foram negativas, assim como a pesquisa para estruturas morfologicamente consistentes com Leishmania sp. à imersão (x1000). Ausência de sinais de malignidade e achados microscópicos compatíveis para outras hipóteses levantadas: cromomicose, esporotricose, paracoccidioidomicose, tuberculose cutânea e Leishmaniose. Por diagnóstico de exclusão, foi realizado o diagnóstico de pioderma gangrenoso.

    Posteriormente, o paciente recebeu tratamento com pomada de corticosteroide, observando-se uma resposta favorável à terapia administrada.

    Conclusão: pioderma gangrenoso (PG) é uma rara dermatose caracterizada por úlceras dolorosas que se desenvolvem rapidamente, principalmente nos membros inferiores. Sua etiologia é desconhecida, mas acredita-se que, como outras dermatoses neutrofílicas, resulte de autoinflamação do sistema imunológico.

    O diagnóstico do PG é desafiador, sendo feito por exclusão, pois não há exames laboratoriais definitivos ou critérios histopatológicos específicos. Existem diversas variantes clínicas reconhecidas, como Clássica, bolhosa, pustular, vegetativa, induzida por medicamentos, pós-cirúrgica e periostomal. Na forma ulcerativa clássica, a lesão passa por dois estágios distintos: o ulcerativo, caracterizado por rápida progressão com bordas eritematosas e elevadas, e o de recuperação, em que ocorrem projeções de epitélio na borda, conhecidas como sinal de Gulliver.

    Não há tratamento padronizado para o PG. O tratamento de primeira linha é baseado em cuidados locais, sobretudo nas lesões localizadas em membros inferiores, com colocação de meias de compressão e analgesia adequada. Corticoides tópicos potentes e pomada de tacrolimus aplicados na superfície da úlcera, juntamente com injeção intralesional de corticoide nas bordas ativas, devem ser considerados.

    Nos casos mais severos, pode ser utilizada terapia sistêmica com corticoides orais (0,5-1 mg/kg/dia).

    O risco de morte em pacientes com PG é três vezes maior do que o da população geral; desta forma, faz-se necessário o correto diagnóstico com o devido tratamento instituído.

  • Palavras-chave
  • Pioderma gangrenoso, diagnóstico , terapêutica
  • Modalidade
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Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO

Adner Nobre de Oliveira

 

Presidente da Associação Médica Cearense

José Aurillo Rocha

 

Diretor Financeiro

Marcos Aurélio Pessoa Barros

 

Comissão Científica e de Trabalhos Científicos

José Nazareno de Paula Sampaio

Maria Sidneuma Melo Ventura