Objetivos: relatar a importância da conscientização social em relação à vacinação contra o HPV (Papilomavírus humano) no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS). Metodologia: estudo de revisão da literatura seguindo os passos: identificação da temática e seleção da questão norteadora da pesquisa; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão, identificação dos estudos nas bases científicas, avaliação dos estudos selecionados; interpretação dos resultados. Foi utilizado o banco de dados PUBMED,utilizadas como palavras-chave: vaccination AND coverage AND HPV AND Family Health Strategy, de língua inglesa, disponíveis on-line em texto completo, publicados entre os anos de 2018 a 2022. Foram selecionados nove artigos, e, após leitura, quatro trabalhos foram excluídos. Como critérios de inclusão: estudos que abordavam a cobertura vacinal contra o HPV no Brasil e no mundo e apoio a essa prática. Resultados: o câncer de colo de útero é a quarta causa mais comum de morte relacionada ao câncer em todo o mundo. Isso demonstra que, embora haja vacinas potencialmente eficazes para a contenção e eventual eliminação do vírus do papiloma humano, ainda é insuficiente a atuação dos programas de imunização, de forma que a desinformação contribui para o declínio da cobertura vacinal. Na Dinamarca, entre os anos de 2013 e 2015, houve dúvidas sobre a aplicabilidade da vacina. Tal fato foi o bastante para gerar redução na cobertura entre meninas de 12 a 17 anos, de 80% para 37%. Diante desses dados, é possível afirmar que é imprescindível a atuação eficiente da APS no controle vacinal, intervindo na mobilização social, na maior divulgação e na educação de indivíduos elegíveis sobre a vacinação contra o HPV. Entre 2015 e 2016, foi realizada uma pesquisa em sete grandes cidades brasileiras sobre a recusa dos pais em vacinarem os filhos. Esse estudo evidenciou que os familiares que se recusam à vacinação são menos propensos a saber sobre os males da doença; a partir disso, houve a introdução da vacina na Notificação de Intermediação Preliminar (NIP). Então, a maioria dos pais pesquisados aceitaram a vacinação contra o HPV para seus filhos. Perante o exposto, são inquestionáveis o papel da APS na disseminação de informações para as famílias acerca das implicações desse vírus e a importância ao cumprimento do calendário vacinal na prevenção de doenças relacionadas. Conclusão: à vista disso, é possível perceber que a participação ativa da APS, com ações de educação em saúde coletiva e individual em conjunto com as famílias, torna possível a efetividade do plano nacional de vacinação, integrando essa demanda às demais estratégias de Saúde Pública, visando à disseminação de informação para a comunidade e colaborando na redução da prevalência do HPV.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura