A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2022, divulgou dados que revelaram que no ano de 2019, quase um milhão de pessoas viviam com algum tipo de transtorno mental, sendo 14% adolescentes. (OPAS, 2022). A média global de prevalência de transtornos mentais em adolescentes foi de 15,8% e, no Brasil, de 7 a 12,7%, revelando a saúde mental do adolescente como um assunto a ser discutido e abordado. (Thiengo, 2014). Assim, o objetivo do presente estudo foi desenvolver ações de educação e promoção de saúde mental à adolescentes de 11 a 15 anos de idade, matriculados em uma escola pública municipal, localizada em Fortaleza-CE. O projeto de extensão foi desenvolvido por discentes do curso de graduação em Medicina do Centro Universitário Christus, em parceria com um docente e alguns discentes do curso de graduação em Psicologia, da mesma instituição de ensino. O projeto foi concretizado em três etapas, a temática da saúde mental constituiu a segunda delas, contando com dois momentos, sendo um direcionado aos alunos, e outro de diálogo com os professores do ensino fundamental II da escola. O primeiro momento consistiu em uma tarde de apresentação dos estudantes de Medicina e Psicologia aos adolescentes, seguido por um momento de diálogo direto, com o objetivo principal de mapear possíveis demandas relacionadas aos principais distúrbios de ordem psíquica da atualidade, como ansiedade, depressão e seus sinais de alerta. (Jatobá & Bastos, 2007). Já a ação direcionada aos professores contou com a apresentação de um material elaborado pelos discentes responsáveis pelo projeto, que objetivou facilitar a identificação de sinais de alerta apresentados pelos adolescentes no contexto escolar, com o fito de auxiliar na detecção daqueles que demandam maior atenção. Essa parcela da ação buscou beneficiar os professores com informações úteis, como os possíveis locais para encaminhamento de demandas psicológicas disponíveis atualmente, reforçando a necessidade de capacitações destinadas a estes profissionais, especialmente para o manejo dos sinais de alerta da depressão e ansiedade nas escolas. (Ferreira, Sanchez, Ribeiro, Oliveira & Nappo, 2010). Foi de suma importância que a Medicina e a Psicologia atuassem juntas na ação destinada à saúde mental, fomentando a importância da abordagem multiprofissional e interprofissional na Atenção Primária à Saúde, principalmente em se tratando de adolescentes (Silva, Miranda & Andrade, 2017). Assim, concluiu-se que a saúde mental de adolescentes é uma temática de extrema relevância, ainda negligenciada, que deve ser trabalhada por meio da promoção de escuta ativa e qualificada dos mesmos, seja por parte da família ou escola, ações sociais que preconizem o bem-estar desses adolescentes no contexto escolar, projetos de inclusão social que visem mitigar situações como a prática de bullying nas escolas, por exemplo, bem como por meio do investimento em capacitações destinadas aos profissionais que lidam com esses adolescentes para manejo de demandas psíquicas que venham a surgir no dia-a-dia escolar, além da identificação precoce de sinais de alerta.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura
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