Objetivo: aprender como um processo seletivo baseado em uma situação-problema simulada colabora para o desenvolvimento de competências na formação médica.
Relato de experiência: o uso de situações-problema para o desenvolvimento de competências durante a formação médica proporciona um processo dinâmico de aprendizagem, estimulando a autonomia e a capacidade na condução de intervenções baseadas nas necessidades e nos problemas, especialmente quando comparamos com modelos tradicionais de ensino. Tendo como base a importância de utilizar estratégias pedagógicas participativas e contextualizadas, foi utilizada situação-problema no processo seletivo de uma liga acadêmica de Saúde da Família e Atenção Primária à Saúde (APS) de uma Instituição de Ensino Superior privada da cidade de Fortaleza, Ceará. O processo seletivo foi estruturado em três etapas a seguir: preenchimento de um google forms, citando o porquê do interesse na liga, apresentação de uma proposta de projeto voltado à APS para ser realizada durante o período de atuação e, por fim, uma entrevista on-line com os selecionados para conhecê-los melhor e, a partir disso, apresentar-lhes um exemplo de situação-problema comumente acompanhado na APS. A estratégia de uso da situação-problema foi de uma família em estado de vulnerabilidade social, com problemas que versavam sobre dificuldade de acesso aos serviços de saúde na APS, violência doméstica, etilismo e problemas com os filhos adolescentes. Após a leitura do caso, cada aluno concorrente deveria traçar as possíveis intervenções que a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) poderia conduzir no contexto da APS, perante as necessidades da família.
Conclusão: o uso de uma situação-problema no processo seletivo foi de suma importância, visto que torna a seleção mais dinâmica e incentiva a pesquisa e o aprendizado baseado em situações reais. Tal conjuntura contribui para o resgate de conhecimentos prévios, desenvolve o senso crítico e reflexivo, que são essenciais na formação médica, como também proporciona um contato mais próximo com casos, geralmente vivenciados na APS, gerando aprendizado nas dimensões cognitivas, atitudinais e procedurais tão essenciais na relação médico-paciente.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura