Objetivo: A insuficiência renal é uma disfunção dos rins em que sua capacidade de realizar a filtração glomerular e a regulação do equilíbrio eletrolítico é comprometida. A insuficiência renal tem como principais causas nefropatia diabética, hipertensão arterial crônica, doenças renais policísticas, entre outras. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham a doença. Desse modo, tem-se como objetivo descrever o perfil epidemiológico de óbitos por insuficiência renal de janeiro de 2018 a janeiro de 2023.
Métodos: Estudo do tipo descritivo, de abordagem quantitativa, promovido mediante dados coletados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), por meio da plataforma DATASUS, acerca das informações sobre a mortalidade por insuficiência renal no Brasil. Foram analisadas as variáveis faixa etária, sexo e cor/raça.
Resultados: No período de janeiro de 2018 a janeiro de 2023, foram verificadas 77.279 mortes por insuficiência renal no Brasil. Nos anos de 2018 e 2019, a quantidade de óbitos foi pouco alterada (14.430, 15.086, respectivamente). Porém, no ano de 2020 (13.918) houve uma queda no número de mortes em relação aos anos anteriores, diferente de 2021(15.173) e 2022(17.271), nos quais a quantidade de óbitos por insuficiência renal voltou a aumentar no Brasil. Essa variação ocorreu possivelmente por causa da subnotificação no ano de 2020, coincidindo com a pandemia da COVID-19. Durante o período analisado, a região Sudeste foi a mais afetada com 46% (35.573) dos óbitos pela doença no Brasil, o que pode ter ocorrido porque a população da região é a maior do país. A faixa etária de 70 anos ou mais foi a mais acometida com 39.465 mortes (51%). No país, houve maior mortalidade no sexo masculino, 43.557 desfechos fatais (56,3%). A cor/raça que predominou no país foi a parda com 27.706 óbitos (35,8%), seguida pela branca com 25.515 mortes (33%), em todo o período analisado.
Conclusão: No período analisado, a quantidade de mortes foi maior na faixa etária de 70 anos ou mais por ser mais suscetível a esse desfecho. O sexo masculino foi mais frequente do que o feminino. A cor/raça predominante em casos de óbitos por insuficiência renal no país foi a parda. Apesar dos avanços no diagnóstico e no tratamento da insuficiência renal, essa doença ainda apresenta um grande número de óbitos no Brasil.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura