Objetivos:
Caracterizar o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Conhecer o diagnóstico diferencial do TAG em relação a outros distúrbios mentais semelhantes.
Discutir a importância da abordagem psicofarmacológica no tratamento.
Metodologia:
Foi realizada uma revisão sistemática de literatura, cuja trajetória metodológica percorrida deu-se inicialmente a partir da leitura exploratória, com a finalidade de reunir, resumir e analisar os aspectos clínicos e tratamentos do TAG. A revisão dos artigos foi realizada na base de dados eletrônica disponível no “Google Acadêmico”. Foram considerados critérios de inclusão: (1) período de publicação entre 2016 e 2023, (2) diagnóstico do Transtorno de Ansiedade Generalizada e (3) tratamento do TAG. Utilizando-se os seguintes descritores e cruzamentos para as buscas: transtorno de ansiedade generalizada; terapia cognitivo comportamental.
Resultados:
Considerando os estudos identificados, foi possível verificar que o número de pessoas que sofrem de transtornos de ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021, foi de aproximadamente 264 milhões de pessoas da população mundial. Ainda sendo importante ressaltar que o transtorno é elevadamente subdiagnosticado, primordialmente devido a não procura inicial por um profissional de saúde mental, a qual é largamente intensificada pela estigmatização e, assim, impedindo o diagnóstico precoce e a consequente adoção da terapêutica apropriada. Como diagnósticos diferenciais do TAG, podem ser citados a DPOC, o hipertireoidismo, a epilepsia e o transtorno bipolar. Além disso, tanto fatores psicológicos quanto ambientais possuem um papel significativo na gênese do TAG. Desse modo, a abordagem psicoterápica deve ser prioritária no tratamento desse transtorno, sendo associada com o tratamento farmacológico, quando indicado.
No que tange a terapia cognitivo-comportamental (TCC) procura desenvolver habilidades cognitivas que permitem ao paciente lidar melhor com questões como pensamentos negativos acerca de possíveis acontecimentos futuros, expectativas frustradas, avaliação catastrófica de eventos e reduzida autoconfiança, os quais contribuem significativamente para o surgimento dos sentimentos de apatia e ansiedade. Deve-se ressaltar que psicoterapias estruturadas, entre elas a TCC, para terem êxito, implicam em algumas precondições do paciente, tais como: alto grau de motivação, capacidade de autorreflexão, disponibilidade de tempo e outros recursos.
Concomitante ao tratamento psicológico, o tratamento farmacológico tem os antidepressivos inibidores da receptação de serotonina e noradrenalina como as drogas de primeira linha para tratamentos mais prolongados do TAG. Também são utilizados fármacos benzodiazepínicos para uma resposta mais imediata, apresentando limitações devido a uma maior propensão para desenvolver tolerância de efeitos e dependência e com isso, não são recomendados para uso rotineiro. Em casos resistentes, o tratamento combinado pode ser uma opção terapêutica eficaz.
Conclusão:
A partir do estudo realizado, observou-se que o TAG atinge proporções consideráveis de pacientes, sendo um problema crescente na saúde pública e extremamente prevalente na sociedade. Esse transtorno apresenta prejuízo significativo na qualidade de vida do paciente e onera o Estado. A fim de mitigar essa situação, o tratamento deve ser constituído de forma integrada entre a realização da TCC e a prescrição farmacológica do psiquiatra responsável pelo caso.
Esse estudo não permite a generalização dos achados, conduzindo a uma agenda de pesquisas futuras baseadas em estudos bibliométricos.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura