Introdução: A Síndrome do Impostor (SI) foi descrita por estudantes e profissionais de sucesso como uma sensação de estar enganando os outros quanto ao seu nível intelectual, por vezes, duvidando da própria inteligência e se sentindo impostores em suas realizações. Os estudantes de medicina, vivem sob constante pressão e muitas vezes apresentam algumas condições relacionadas à SI, como o aumento das taxas de ansiedade, depressão e burnout. Objetivo: Analisar os fatores associados à Síndrome do Impostor entre estudantes de medicina. Métodos: Foi realizada uma revisão literária baseada em artigos dos últimos 5 anos, na língua inglesa, obtidos da base de dados MEDLINE. Os descritores utilizados na pesquisa estão de acordo com o Medical Subject Headings (MeSH) e são respectivamente “Educacional Medical” “Sindrome”, “Perceptual Distortion” e “Mental Health”. Resultados: Os estudantes afetados tendem a rejeitar elogios ou o reconhecimento das suas capacidades, ademais acabam por desmerecer seu bom desempenho, minimizando as suas conquistas, vale ressaltar que cada estudante pode vivenciar a síndrome de forma diferente. Estudantes que apresentam a síndrome, também podem revelar comportamentos de procrastinação e a formação de padrões de alta performance, normalmente associados ao perfeccionismo, gerando impacto no desempenho acadêmico, saúde mental e qualidade de vida. Além da SI, tais estudantes estão mais suscetíveis ao aparecimento de outras patologias, conhecidas como transtornos mentais comuns, como a síndrome de burnout, estresse, depressão e ansiedade. Conclusão: Conclui-se que o ambiente acadêmico é favorável para o desenvolvimento da Síndrome do Impostor, demonstrando haver alta prevalência entre estudantes do curso de medicina, independentemente do semestre e do gênero. A Síndrome está em sua maioria das vezes cursando junto a outras patologias de cunho psicoemocional como ansiedade, estresse, depressão e síndrome de burnout. Entretanto, mais estudos são necessários para esclarecer a síndrome, buscando maior conhecimento da dimensão de seu impacto na saúde mental, assim como identificar oportunidades de intervenções. A realização de estudos longitudinais com acadêmicos de nível superior podem ser informativos para verificar o curso dos sintomas ao decorrer do tempo.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura