IMPACTOS CARDIOVASCULARES DA SÍNDROME INFLAMATÓRIA MULTISSISTÊMICA PEDIÁTRICA ASSOCIADA À COVID-19

  • Autor
  • Hanna Lopes Lima
  • Co-autores
  • Carolina Macedo Benevides , Sâmela Soares Moreira , Naiana Queiroz de Freitas , Tatiana Pontes Vieira , Eduardo Cesar Rios Neto
  • Resumo
  • Objetivos: destacar a relevância da atenção ao cuidado do paciente com Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (MIS-C), associada à Covid-19, e do acompanhamento para detectar possíveis impactos em longo prazo. Métodos: foi realizada uma revisão sistemática, por meio das bases de dados Scielo e PubMed, selecionando artigos publicados entre os anos de 2020 a 2023, em português e inglês. Como palavras-chave, foram usadas “Multisystem Inflammatory Syndrome”, “Pediatric” e “Covid-19”. Inicialmente, os estudos foram eleitos por meio do título e do resumo para alinhar com o objetivo do trabalho; a preferência foi por artigos de revisões sistemáticas e estudos clínicos. Assim, foram contabilizados 11 trabalhos. Posteriormente, foram excluídos estudos duplicados, além de relatos de caso e séries de caso, restando 5 a serem revisados no presente estudo. Resultados: em geral, as crianças com COVID-19 apresentam doença leve ou assintomática, mas evidenciou-se um novo estado inflamatório multissistêmico grave, semelhante à síndrome do choque tóxico e à doença de Kawasaki, com algumas diferenças, que ocorreu em crianças e adolescentes no contexto do teste diagnóstico positivo para SARSCoV2 ou com exposições familiares conhecidas, sendo classificado pela OMS como Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (MIS-C). Essa condição hiperinflamatória foi responsável pelo aumento do número de pacientes pediátricos internados na UTI e em situações críticas pela Covid-19. Até março de 2021, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) identificaram 3.185 casos de MIS-C com 36 óbitos no total. A média de idade dos pacientes que apresentaram essa condição foi de 8 anos, com leve prevalência em meninos, e, na maioria dos casos, as crianças e os adolescentes eram, previamente, saudáveis, sem comorbidades. A apresentação clínica inclui febre persistente (99,4%), exantema ou conjuntivite bilateral, lesões mucocutâneas; manifestações gastrointestinais, principalmente diarreia, dor abdominal e vômitos; sintomas do sistema nervoso central, como cefaleia, encefalopatia e meningite asséptica; sintomas respiratórios e aumento exagerado de biomarcadores inflamatórios. Além desses sintomas, acometimento cardiocirculatório, como taquicardia, arritmia, miocardite, disfunção valvar, aneurisma da artéria coronária e derrame pericárdico, ocorrem em mais de 75% dos pacientes e é o fator mais grave da síndrome, interferindo, diretamente, no prognóstico do paciente e demandando breve diagnóstico, por meio da avaliação de marcadores cardíacos, que se mostram aumentados. Além disso, mais de 50% dos casos registrados evoluíram com choque, necessitando de admissão em unidade de terapia intensiva. Conclusões: pode-se concluir que a MIS-C caracteriza uma forma grave de acometimento pediátrico, e que, apesar de rara, resulta em grave morbimortalidade, sobretudo pela disfunção cardiovascular, com risco de coagulopatia, miocardite, insuficiência cardíaca e choque, sendo evidente a importância de disseminar informações entre a comunidade médica sobre as apresentações graves e atípicas da COVID-19, visando ao diagnóstico e ao manejo precoce da síndrome. Ademais, por se tratar de uma condição reconhecida recentemente, é necessário destacar a importância do acompanhamento em longo prazo desses pacientes, para detectar e evitar possíveis sequelas sistêmicas.

  • Palavras-chave
  • Multisystem Inflammatory Syndrome, Pediatric, Covid-19
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