EFEITOS DA PRÉ-ECLÂMPSIA NO BINÔMIO MATERNO-FETAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Autores:Tiago Lins Oliveira Gonçalves*, Rodrigo Rachid da Silva Reis, Maria da Silva Angelina Medeiros.
Objetivo: Descrever as repercussões da pré-eclâmpsia no feto e na mãe no período perinatal e ao longo da vida de ambos.
Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura, cujos dados foram obtidos a partir da análise de quatro artigos, os quais abordaram a temática das complicações decorrentes da pré-eclâmpsia no binômio materno-fetal, tais artigos foram retirados da base de dados PubMed e foram incluídos os artigos de revisão publicados entre os anos de 2019 e 2023. Os descritores utilizados na pesquisa estão de acordo com os descritores em Ciência da Saúde (DeCS) e são respectivamente: “Pre-Eclampsia”, “Risk Assessment” , “Cardiovascular Disease” e “Health Outcomes”; a busca resultou em 29 artigos, dos quais foram excluídos 25 devido o aprofundamento em aspectos irrelevantes para a análise desta revisão.
Resultados: A pré-eclâmpsia é uma das síndromes hipertensivas gestacionais, ocorrendo na segunda metade da gestação, configurando-se como uma das maiores causas de complicações da gravidez. Os mecanismos pelos quais a pré-eclâmpsia se desenvolve, ainda não são completamente compreendidos, porém os modelos propostos apontam para uma etiologia multifatorial, tendo características próprias para os efeitos no feto e na progenitora. Devido a gravidade dos quadros e do aumento consistente da incidência nos últimos 30 anos, faz-se necessária a compreensão dos efeitos a longo e curto prazo no binômio materno-fetal, mesmo que as opções de tratamento sejam escassas, pois as complicações da síndrome podem ser mitigadas. Constata-se que as complicações podem ser perinatais, tais como a prematuridade e aumento da morbimortalidade, além de uma média de peso ao nascer menor em cinco (5)% comparado com gestações sem complicações, ou a longo prazo , como a maior predisposição à hipertensão e doença renal crônica na criança. Além disso, os efeitos na saúde materna variam desde complicações a curto prazo, como a síndrome HELLP
(Hemolysis; Preeclampsia; Hypertension; Pregnancy complications), eclâmpsia, descolamento de retina, e ainda um aumento na probabilidade de eventos cardiovasculares.
Conclusão: Diante do exposto, percebe-se que a compreensão das complicações que se reverberam no período perinatal ou no ao longo da vida da mãe e da criança, é de fundamental importância para um adequado manejo da saúde desses indivíduos, uma vez que a exposição a pré-eclâmpsia pode ser considerada como fator de risco para diversas patologias. Com o objetivo de prevenir e mitigar os efeitos e a ocorrência da pré-eclâmpsia, faz-se necessário o uso mais incisivo de estratégias como o uso da aspirina e do cálcio nas gestantes que não possuem contraindicações. Por fim, o esclarecimento do quadro etiológico da pré-eclâmpsia, necessita ser mais investigado para que possíveis tratamentos e medidas profiláticas sejam desenvolvidas.
Palavras-chave: Pré-Eclâmpsia.Medição de Risco. Fatores de Risco de Doenças Cardíacas.
Presidente XXXIV OUTUBRO MÉDICO
Adner Nobre de Oliveira
Presidente da Associação Médica Cearense
José Aurillo Rocha
Diretor Financeiro
Marcos Aurélio Pessoa Barros
Comissão Científica e de Trabalhos Científicos
José Nazareno de Paula Sampaio
Maria Sidneuma Melo Ventura