Comumente os seres humanos são inseridos em grupos sociais logo no nascimento, um fator crítico para o desenvolvimento integral saudável da criança. Ao considerar o grupo como modalidade de intervenção psicológica, notam-se transformações significativas acerca do entendimento sobre essa prática, tendo a abordagem psicanalítica se destacado na área . Desta forma, questiona-se o que os artigos científicos produziram, do ano de 2019 a 2023, sobre a prática grupal com crianças com ênfase na psicanálise inglesa. Com o objetivo de identificar e analisar de forma crítica as produções encontradas nas plataformas Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes) e Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC), empregou-se o método de revisão sistemática de literatura, que envolveu critérios de inclusão e exclusão dos dados, resultando em 12 artigos. A amostra foi organizada e analisada por meio da Análise Temática e interpretada a partir da teoria psicanalítica inglesa. Os temas recorrentes foram: Transtorno do Espectro Autista; o trabalho paralelo e a escuta da família dos pacientes; a atitude do professor frente aos alunos em contexto educacional; e o manejo da contratransferência do coordenador de grupo. Os dados mostraram que a escuta da família apresenta potencial terapêutico, na medida em que ela se implica no tratamento da criança, podendo diferenciar os sintomas do grupo-família das questões intrapsíquicas da criança. No trabalho com crianças autistas foi possível notar a relevância da interdisciplinaridade, como forma de diferenciar este modo de subjetivação com patologias que carregam características e sintomas similares. No contexto educacional, o trabalho do coordenador de grupo é comparável ao do professor em sala de aula, pois é preciso intervir como facilitador do desenvolvimento psíquico de maneira democrática e pensando com o grupo, não pelo grupo. Para potencializar essas práticas, a supervisão é vista como um ambiente suficientemente bom e oferta de holding às ansiedades do terapeuta, principalmente daqueles que se encontram em formação. Considerando as características que este estudo em fase de conclusão identificou, ressalta-se a urgência de contar com profissionais qualificados para enfrentar tais demandas com intervenções grupais na infância, sob o referencial psicanalítico.
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CENAT
Mariana Sade
Thalia de Oliveira Lima Neivert
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Lanna - CENAT
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