ANSIEDADE CLIMÁTICA EM OUVIDORES DE VOZES

  • Autor
  • Anne Emanuelle Cipriano da Silva
  • Co-autores
  • Ana Cristina Correa Ouro , Ana Caroline Correia de Araújo , Helena Cândida dos Santos Neta , Sandra Lúcia Amorim Gomes
  • Resumo
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    A ecoansiedade, também denominada por alguns estudiosos como ansiedade climática, é um fenômeno caracterizado por preocupação, angústia, medo e outras manifestações emocionais, físicas e comportamentais relacionadas às mudanças climáticas e suas consequências. Esse tema tem sido cada vez mais pesquisado; sobretudo entre jovens e crianças, pessoas que já experimentaram diretamente as consequências dos eventos climáticos extremos e pessoas que pesquisam ou trabalham com o tema. As pesquisas indicam que populações e grupos menos favorecidos costumam ser os primeiros e os mais impactados pelas mudanças climáticas, tornando-se um público vulnerável à ecoansiedade. Nesse contexto, considera-se que os ouvidores de vozes possam compor uma parcela dessa população. Embora os estudos apontem sofrimento emocional, comorbidades como depressão, ansiedade, estress pós-traumático, também indicam que a ansiedade climática pode atuar como motivador para ações pró-ambientais. Este trabalho tem por objetivo, promover reflexão sobre o tema, considerando que as mudanças climáticas têm se intensificado e alcançando cada vez mais pessoas em nosso país. Frente às desigualdades e ao preconceito, pessoas em situação de vulnerabilidade são mais impactadas com as consequências dos eventos climáticos extremos como enchentes, secas, ondas de calor, queimadas, bem como perdas matérias e adoecimentos clínicos. Os profissionais da saúde mental, em especial da psicologia são desafiados por esse contexto, principalmente pela escassez de pesquisa que relacione o tema com esse público, os ouvidores de vozes, portadores de esquizofrenia ou não. Sendo necessário construir um arcabouço teórico que possibilite a compreensão das manifestações da ecoansiedade, capacidade crítica de pensar sobre tema, acesso a informações com base científicas, a construção de instrumentos adaptados à realidade brasileira, que possam identificar os níveis desse desconforto e a elaboração de recursos e intervenções que objetivem minimizar o desconforto. Criar espaços dialógicos para discutir o assunto em espaços da atenção primária e oferecer escuta ativa e qualificada podem se configurar um primeiro passo para um futuro mais consciente e que estimule e valorize a conexão com a natureza. Espera-se que estudos futuros possam ampliar a percepção e investigação sobre esse fenômeno, a fim de propor intervenções e estratégias de manejo psicológico para pessoas que experimentam esse sofrimento.

     

  • Palavras-chave
  • Ecoansiedade, Mudanças climáticas, Saúde Mental.
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