ESTRATÉGIAS DE (AUTO)CUIDADO E APOIO MÚTUO COMO ALTERNATIVA À LÓGICA HOSPITALOCÊNTRICA E À MEDICALIZAÇÃO ENTRE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO

  • Autor
  • Cláudio Rodrigues da Silva
  • Resumo
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    Nesta comunicação apresenta-se resultado parcial de estudo exploratório pautado em dados empíricos, bibliográficos e documentais, com o objetivo de verificar se, na percepção dos graduandos de um campus de uma Universidade pública paulista, ocorreram, entre discentes, problemas de saúde mental, atribuídos, direta ou indiretamente, à vivência do cotidiano acadêmico ou à realização das atividades dos respectivos cursos. A maioria dos participantes respondeu que teve problemas de saúde mental durante os estudos e/ou precisou/realizou tratamentos psicológicos e/ou médicos em decorrência disso. Parte expressiva dos participantes atribuiu nexos entre essas ocorrências e a realização das atividades acadêmicas e afirmou saber de estudantes desse campus em situações semelhantes. Entre os efeitos desses problemas estão os impactos negativos do sofrimento psíquico, que pode afetar negativamente o desempenho acadêmico, as relações sociais, a saúde, enfim, a qualidade de vida do estudante adoecido. A maioria dos participantes pensa que os problemas de saúde mental são ignorados, negados ou não são reconhecidos por um percentual dos discentes. A ignorância e o senso comum estão entre os principais fatores para o não reconhecimento, negação ou estigma em relação a esses problemas. Essas atitudes, não raramente inter-relacionadas entre si, podem, em algum nível, ser resultantes dos equívocos ou da ignorância acerca da saúde mental. Os dados indicam que um contingente de estudantes, seja em decorrência da dificuldade de acesso ao apoio psicológico da Universidade ou do SUS, seja visando resistir à lógica hospitalocêntrica ou à medicalização, recorrem, por conta própria, a várias iniciativas individuais e/ou coletivas de (auto)cuidado e/ou de apoio mútuo, dentre elas, elementos das práticas integrativas complementares em saúde, combinadas ou não com outras estratégias, por exemplo, manifestações artístico-culturais, rituais religiosos ou espirituais. Ressalta-se a potencialidade de algumas dessas iniciativas, porém, quando resultam em desqualificação, estigmatização ou recusa a priori e incondicional dos profissionais da Saúde Mental de determinados tratamentos, em especial hospitalares ou medicamentosos, elas podem implicar diversos riscos à saúde, à integridade física ou mesmo à vida, pois essas atitudes tendem a inviabilizar os tratamentos em tempo hábil, o que pode afetar não só o estudante diretamente adoecido, mas também pessoas dos seus círculos de sociabilidade.

     

  • Palavras-chave
  • Saúde mental, Educação, Ensino Superior.
  • Área Temática
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