O grupo de ouvidores de vozes como um dispositivo clínico em saúde mental: um estudo de caso no Centro de Atenção Psicossocial Madeira Mamoré

  • Autor
  • Tácia Regina Dantas Buganem
  • Co-autores
  • Halanderson Raymisson da Silva Pereira , Bruna Pereira dos Santos Guterres , Thiago Vargas Feiten Costa
  • Resumo
  •  

    Neste trabalho, apresenta-se os resultados de uma pesquisa psicanalítica em um CAPS II na cidade de Porto Velho, cujo objetivo foi a construção de um grupo de ouvidores de vozes como um dispositivo clínico em saúde mental. O grupo de ouvidores de vozes tem sido implementado em diversos CAPS. Como pode ser visto no trabalho de Morais, Vinne, Santos e Stefanello (2022), no qual foram entrevistados sujeitos de três diferentes CAPS que participaram do grupo de ouvidores de vozes, em que os participantes revelaram os sentidos e efeitos do grupo. Assim, foi um grande apoio ao tratamento desses sujeitos, pois no grupo era possibilitado um espaço seguro para falarem das suas experiências com as vozes. Além disso, com a identificação entre os participantes, houve um entendimento genuíno das vivências compartilhadas. Dessa forma, os estigmas sociais que esses sujeitos carregam eram por um momento dissolvidos, devido ao efeito de acolhimento e segurança.  A literatura destaca que o grupo de ouvidores de vozes é um dispositivo que traz ganhos terapêuticos às pessoas que participam, tendo em vista a  proposta em um lugar de escuta e fala do sujeito que ouve vozes. No dispositivo analítico que foi construído, foi realizada a escuta dos sujeitos, no qual foi identificado e analisado através das contribuições teóricas da clínica psicanalítica. Foram construídos três eixos de análise com base no diário clínico: 1) experiências e características das vozes 2) as estratégias adotadas para conviver com as vozes e 3) os sentidos atribuídos aos cuidados de si e ao CAPS. No primeiro eixo, foi percebido que as vozes variaram radicalmente entre si, tanto pelas vivências singulares, mas também por não serem entendidas apenas na dimensão da fala. No segundo, a arte aparece como forma fundamental de um possível acesso simbólico e de laço social. Enquanto no terceiro, os sentimentos diante do diagnóstico variam, assim como a transferência com o serviço e com o grupo diferem. Por fim, os desdobramentos do grupo apontam a importância do oferecimento de um espaço que privilegia a fala e experiência dos sujeitos.

  • Palavras-chave
  • saúde mental; vozes; psicanálise
  • Área Temática
  • Novas Abordagens em saúde mental
Voltar
  • Novas Abordagens em saúde mental
  • Estratégias coletivas de cuidado em SM
  • Sentimentos suicidas
  • Práticas alternativas a medicalização
  • Atenção básica na Saúde Mental
  • Estratégias cuidados em relação Álcool e Drogas

Comissão Organizadora

CENAT
Mariana Sade
Thalia de Oliveira Lima Neivert
Alef
Lanna - CENAT

Comissão Científica