Introdução: Frente a representação historicamente dominante do fenômeno de ouvir vozes enquanto sintoma de uma doença mental, na década de 1980 surge o Movimento Internacional dos Ouvidores de Vozes.5 O Grupo de Ouvidores de Vozes é fruto deste movimento, aliando-se aos princípios e diretrizes da Reforma Psiquiátrica no Brasil.6 Objetivos: O presente trabalho consiste no relato de experiência em um Grupo de Ouvidores de Vozes em um Centro de Atenção Psicossocial no estado do Espírito Santo (CAPS Cidade) enquanto residentes no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação (ICEPI), tendo como objetivos: relatar a experiência de participação no grupo, além de destacar sua importância enquanto estratégia coletiva de cuidado em saúde mental. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, convergindo com o desenvolvimento teórico metodológico que sustenta o cuidado em saúde mental explorando-se a literatura científica sobre o tema. Desenvolvimento: O grupo surgiu em 2018 enquanto experiência pioneira no Espírito Santo, tornando-se referência para a criação de novas iniciativas no estado. Com a pandemia de covid-19 o grupo foi suspenso, sendo retomado em 2023, tendo como ponto de partida o desejo dos residentes de colaborar para a sua reconstrução. Assim, o grupo foi retomado por profissionais comprometidos com um novo olhar sobre a experiência de ouvir vozes: uma profissional da psicologia e pelas residentes com formação em psicologia, serviço social e farmácia. Atualmente, constitui-se enquanto espaço protegido e sigiloso de compartilhamento de vivências funcionando segundo a organização e as regras dos integrantes. Conclusão: Entre as vicissitudes do grupo, destaca-se a potência do trabalho multiprofissional no desenvolvimento de iniciativas que visam romper com a patologização e medicalização da vida através de novas abordagens em saúde mental, inserindo-se no cotidiano de um serviço de atenção à saúde mental na rede pública de saúde. Trata-se de um espaço de acolhimento e de produção de cuidado que vem possibilitando aos “ouvidores” relacionar a audição de vozes com sua história de vida e com as formas que encontra para lidar com elas, propiciando o compartilhamento e o desenvolvimentos de recursos e estratégias objetivas e subjetivas.
Comissão Organizadora
CENAT
Mariana Sade
Thalia de Oliveira Lima Neivert
Alef
Lanna - CENAT
Comissão Científica
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