O presente trabalho rem como objetivo refletir acerca do conceito de discurso, enquanto língua em funcionamento, uma vez que durante o processo de ensino e aprendizagem na área de Linguística, há a necessidade de distinção entre os conceitos de língua e discurso, que muitas vezes são confundidos. Assim, a partir da orientação teórica da Analise de Discurso, temos como materialidade em análise o enunciado “o campo de concentração do Lula”, veiculado em redes sociais após o acontecimento de 8 de janeiro. Nesse sentido, a obra principal, que sustenta as discussões é “Discurso, estrutura ou acontecimento”, 1990 do analista de discurso francês, Michel Pêcheux. A analise permite a compreensão acerca do acontecimento discursivo como possibilitador de efeitos de sentidos outros. Ou melhor, é no acontecimento que os discursos produzem sentidos, isso porque os sentidos são sustentados por uma memória, não psicológica, individual, mas sim, discursiva, como definhada por Pêcheux (1999, p. 52), “a memória discursiva seria aquilo que, face a um texto que é dado a ler, vem restabelecer os ‘implícitos’. Assim, é no acontecimento que os “implícitos” se materializam, mesmo não se referindo ao mesmo, mas como fio discursivo de referência. Deste modo, o discurso pode ser compreendido como a estrutura passível do repetível e o acontecimento, que a partir do deslocamento, irrompe o novo e a língua entendida como base material para a veiculação dos discursos.
Comissão Organizadora
Flávio Zancheta Faccioni
Paulo Henrique Pressotto
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