Os processos de deslocamentos, oriundos de processos migratórios espontâneos ou forçados, afetam drasticamente a trajetória das comunidades que os vivenciam, resultando em conflitos sociais e identitários. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é analisar os aspectos da construção de identidade chinesa em contexto de imigração para os Estados Unidos na obra O Clube da Felicidade e da Sorte (1990) de Amy Tan, um romance que retrata a vida de quatro mães migrantes chinesas e suas filhas nascidas na América do Norte. Assim, por meio da abordagem qualitativa, métodos ex-post-facto e pesquisa bibliográfica, foi proposto o hibridismo cultural de Homi Bhabha, como uma possibilidade de resolver a crise identitária que surge do encontro entre culturas. Dessa forma, foi evidenciado como as expectativas da mãe em relação à filha auxiliaram nos conflitos identitários, uma vez que a continuidade à cultura chinesa, por meio das construções de sentidos sobre nação e tradição, reafirmam a homogeneidade e fixidez na identidade e cultura, sendo, desse modo, impossível para a personagem encaixar-se nesses contextos. Como também, compreendeu-se que, no reconhecimento do que caracteriza a personagem como chinesa, ou seja, a sua família, ela se concebe no ato de negociação, sendo este um conceito que se insere dentro do hibridismo cultural e que ausenta as polaridades e totalidades identitárias que a personagem detinha até determinado momento da obra.
Comissão Organizadora
Flávio Zancheta Faccioni
Paulo Henrique Pressotto
Comissão Científica