Antônio Candido nos afirma o direito à literatura e à fantasia. Nessa linha, o Estado brasileiro, por força de lei, estabelece o direito à instrução a toda a população, dessa forma, os livros didáticos e a literatura transcrevem essas aspirações. Se as classes mais abastadas são descritas com verossimilhança, até que ponto há verossimilhança na exposição de conteúdo e imagens, na literatura infantojuvenil, no caso das minorias como a população indígena e afrodescendente? Na introdução à leitura do pequeno leitor, que metodologias e ideologias estão sendo apresentadas na literatura infantojuvenil contemporânea? O escopo desse trabalho é a análise de obras integrantes do acervo ofertado pelo Programa de Incentivo do Itaú Unibanco, chamado Leia com uma criança, que incentiva a leitura do adulto, para e com a criança, como uma oportunidade de fortalecimento dos vínculos entre e da participação ativa na educação e incentivo à leitura, desde a primeira infância. Desse acervo somente obras que sejam compostas por personagens negros e/ou indígenas serão analisadas. A partir da Lei 11645/08, das leis e regulamentações oficiais do Estado, através do Ministério da Educação, dos estudos de Antônio Cândido (1995), Fanny Abramovich (1997), Vera Teixeira de Aguiar e Maria da Glória Bordini (1988), Maria do Rosário Mortatti (2008) e Michèli Petit, (2008), Graça Graúna (2013), Érika Bergamasco Guesse (2014), espera-se trazer uma reflexão sobre a leitura, a formação de leitores, tecendo uma crítica agregadora, propiciando visibilidade acadêmica e social à literatura infantojuvenil e levando ao leitor infantojuvenil o olhar crítico à literatura a ele apresentada. Espera-se, à luz da referida lei (11645/08), verificar em que medida os livros escolhidos refletem avanços quanto à representação da população negra e indígena na ficção infantojuvenil.
Comissão Organizadora
Flávio Zancheta Faccioni
Paulo Henrique Pressotto
Comissão Científica