Introdução: Este estudo tem como objetivo investigar os modelos de atendimento (clínico, educacional e institucional) e de compreensão teórico-prática dos psicólogos frente às demandas da Educação Básica via políticas públicas educativas no estado do Piauí, por ser de suma importância a maior inserção e conhecimento do profissional da psicologia no âmbito de tais políticas, tendo elas como ponto fundamental em seu modelo de atuação, para que assim, possa participar ativamente na construção e reafirmação da psicologia escolar como um campo de saber crítico.
Método: Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo exploratório-descritivo, contando com 42 psicólogos(as), sendo 37 mulheres e cinco homens, com idades entre 24 e 57 anos, que estão inseridos nas políticas públicas educacionais no contexto histórico-cultural piauiense, estes vinculados a SEDUC (Secretaria de Educação) por meio das Gerências Regionais de Educação (GRE), em programas como o Mediotec e Pronatec, na Educação Profissional e Unidade Profissional (UETEP), no Conselho Estadual de Educação e no Núcleo Técnico de Apoio Educacional. Além da SEMEC (Secretaria Municipal de Educação), através da Divisão de Educação Inclusiva. Como instrumento, foi utilizado o Questionário sobre dados sociodemográfico e um roteiro de entrevista semiestruturada referente às práticas dos psicólogos escolares nas redes públicas do Piauí. O presente projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do XXXXXXXX, com o número do parecer de: 2.708.244. Além da obtenção das devidas autorizações e o preenchimento dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecidos/TCLE e os Termos de Assentimentos. Para realizar a análise das entrevistas, foi utilizada a análise de conteúdo postulada por Bardin.
Resultados:
Tabela 1. Número e porcentagem de psicólogos nos modelos de atendimento no âmbito escolar |
A Tabela 1 retrata como se dão os modelos de atendimento feitos por profissionais da psicologia atuantes na rede pública do Piauí. Nota-se o predomínio das práticas associadas do Modelo Clínico e Institucional, tendo 64,3% do percentual total. Mostrando como a área clínica ainda é uma realidade recorrente na prática da Psicologia Escolar. Isso é percebido através deste relato: “[...]A partir desses dados colhidos eu vou desenvolver basicamente a psicologia clínica mesmo, depois vou trabalhar o consciente deles, porque muitos dos casos é familiar, problemas na família, problemas com drogas, gravidez, violência em casa [...]” (P.15). Vale ressaltar, que com 14,3% a segunda prática mais utilizadas pelos profissionais foca diretamente na prática do Modelo Clínico, constatando-se assim, a predominância de tal modelo na atuação do psicólogo nas redes públicas do Piauí.
Conclusões: Este estudo, analisa quais os modelos de atendimento e atuação, são utilizados pelos psicólogos atuantes na rede pública de educação piauiense e como tais práticas são relacionadas às políticas públicas educacionais. Os resultados apontam para uma maior incidência da prática conjunta dos modelos Clínico e Institucional (64,3%), seguido da prática restrita ao modelo Clínico (14,3%), o que mostra como a prática clínica ainda é recorrente no âmbito escolar. Assim, esta pesquisa possui relevância quando se leva em conta a escassez de estudos na área da Psicologia Escolar no Piauí, tendo em vista que, trata-se de uma área emergente da prática do profissional da psicologia no estado, sendo uma ferramenta de auxílio na construção e norteamento de reflexões e práticas para os mesmos.