Possibilidades de inserção do tema morte na rotina escolar: uma pesquisa com professores de Ensino Médio

  • Autor
  • Janaina Oliveira Rocha
  • Co-autores
  • Thalita Pachêco Cornélio , Thais de Jesus Avelino
  • Resumo
  • Introdução: A morte é um fenômeno ainda considerado tabu social em virtude das diversas transformações históricas que foram construindo o que se tem como ideal de vida aceito socialmente, nesse caso, uma falsa ideia de vida plenamente feliz e livre de sofrimentos. Nesse sentido, o (não)lugar do sofrimento seria o âmbito mais individual e privado possível, fazendo com que o contato com as emoções e sentimentos que destoem do que é considerado bom e feliz, seja evitado, com isso, o contato com as diversas perdas que se tem ao longo da vida. Nessa perspectiva, tudo que se relaciona à morte foi sendo concebido como estranho e distante da vida idealizada em todas as esferas de (con)vivência social. Assim, o ambiente escolar se insere nesse bojo de interdição da morte, o que faz com que se crie uma tensão acerca da partilha de sentimentos e impressões relacionadas às perdas que se tem em vida. Nesse intuito, o presente estudo teve como objetivo investigar quais as possibilidades de inserção do tema morte são visualizadas pelos professores de Ensino Médio da cidade de Parnaíba. Este público foi pensado em virtude do importante papel que exerce na escola e, consequentemente, na vida dos estudantes, assim, se apresenta como um agente potente de transformação social. Método: A pesquisa é de natureza qualitativa e do tipo exploratória, por, até o presente momento, não haver registros de estudos nessa perspectiva no contexto em questão. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da UFPI, a coleta de dados se deu com 56 professores das redes estadual, federal e privada de ensino da cidade de Parnaíba que, após leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aceitaram participar da pesquisa respondendo a um questionário composto por questões de natureza sociodemográfica, para caracterização dos participantes e a seguinte pergunta de pesquisa: “que possibilidades você percebe para a inserção do tema morte na rotina escolar?”. Os dados foram analisados com o auxílio dos softwares SPSS e Iramuteq. Resultados: Quanto aos aspectos sociodemográficos, a amostra pode ser caracterizada como professores de ambos sexos, com idade média de 37 anos (DP= 9,1), que trabalham em mais de uma instituição de ensino (58,9%) e atuam nas áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas e sociais. No que diz respeito à análise textual da pergunta de pesquisa, esta resultou em seis classes de palavras que apontaram para a importância do diálogo, do aspecto religioso, elaboração de projetos, debates, participação familiar, abordagem do tema em sala de aula, parceria com instituições e diversos profissionais e ainda, destacaram a inexistência de espaços de discussão para o tem no ambiente escolar. Conclusões: Foi percebido que os professores apontaram elementos potentes e, muitos deles, já presentes, mas pouco ou não explorados na rotina escolar, como por exemplo, a abordagem do tema em sala de aula. Para mais, destaca-se a relevância de firmar e/ou fortalecer parcerias com as diversas instituições sociais, como a universidade a fim de que mais estudos sejam realizados e, além disso, investir na criação e desenvolvimento de projetos de extensão, por exemplo. Considera-se também imprescindível o fomento à formação continuada dos professores, bem como a melhoria na qualidade da educação, com o investimento efetivo em políticas educacionais.

     

  • Palavras-chave
  • Morte, Ensino Médio, Inserção, Professor
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Práticas e Pesquisas em Psicologia Escolar na Educação Básica
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