Introdução: Muitos são os percalços enfrentados pelos alunos durante o processo de escolarização e a resiliência atua como ferramenta de auxílio e como estratégia potente para superação dos problemas elencados. A resiliência se trata de um construto produzido socialmente que possibilita aos indivíduos a superação, prevenção e enfrentamento das adversidades produzidas pelo meio, fazendo com que os sujeitos se sobressaiam dessas situações mais fortes. Como justificativa principal elenca-se que é fundamental analisar a resiliência no desenvolvimento infanto-juvenil, visto que as crianças vivenciam experiências complicadas e até traumáticas que podem ser conversadas de forma que a resiliência pode ofertar fatores de proteção que podem reduzir o impacto do estresse na infância, ajudando a prognosticar resultados positivos. Como foco principal encontra-se o desejo de os processos de construção da resiliência no ambiente escolar diante das estratégias de superação elencadas pelos estudantes do Ensino Fundamental por meio de uma pergunta norteadora. Método: O presente estudo tomou como base a abordagem qualitativa e teve uma amostra de 210 alunos do Ensino Fundamental, tendo uma média de idade de 13,88. A pesquisa foi desenvolvida nas instituições de ensino da cidade de Parnaíba, no Piauí. Como instrumento fez-se uso de uma entrevista semiestruturada que foi analisada a partir do software Iramuteq e um questionário sociodemográfico analisado por meio das estatísticas descritivas do programa IBM SPSS 23. A entrevista semiestruturada trazia a pergunta base do estudo que abordava as estratégias utilizadas pelos alunos: “Quais estratégias utilizadas por você como forma de resolução para os problemas encontrados?”. Destaca-se que a presente pesquisa obteve parecer favorável do comitê de ética e que todos os alunos foram submetidos ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE. Resultados: A análise dos dados oriundas do programa Iramuteq é feita por meio da Classificação Hierárquica Descendente – CHD que organiza os discursos e os apresenta por meio de classes de aproximações e distanciamentos de acordo com sua frequência, assim deu-se origem a um corpus com cinco classes, sendo a mais significativa a classe 03: “Modificar as atividades de estudos e o cotidiano escolar (28,19%) seguida da classe 04: “Desenvolver escuta seletiva aos colegas” (24,83%), da classe 1 “Suporte espiritual e familiar” (16,78%), da classe 2 “Sociabilidade com os pares e recursos protetores em aula” (16,11%) e classe 5 “Acesso a arte e diálogo com a família” (14,09%). Desta forma, frente aos problemas emergentes na escola, os alunos afirmaram usar de estratégias como repensar as práticas postas pela instituição e pelos professores, conversar com amigos e com a família como desenvoltura para sociabilidade e sentimentos de suporte, acolhimento, vencer diante das etapas apresentadas, ter força, resistir, ouvir música e dançar, rezar, ter fé. Esses aspectos se configuram como fatores de proteção que atuam na construção da resiliência nesses indivíduos. Conclusão: Dessa maneira ao traçar as estratégias utilizadas pelos alunos pode-se promover a desenvoltura de atividades dentro das instituições de maneira a construir um espaço saudável e implicado com o bem estar dos estudantes. Pensa-se na formação dos professores com práticas interventivas mais dinâmicas que promovam a integração entre os pares, entre instituição e aluno e na tríade escola, aluno e família, sendo assim ferramenta atuante na produção da resiliência. Ressalta-se que os estudos não se findam com o presente estudo e espera-se que ela sirva como base para trabalhos futuros.