Música e interações sociais: um relato de experiência no atendimento em grupos de crianças autistas

  • Autor
  • Vinicius de Medeiros
  • Co-autores
  • Karine Pereira
  • Resumo
  • Este é um relato de experiência vivenciado a partir das sessões de musicoterapia do projeto Uma Sinfonia Diferente, realizado em uma escola privada na cidade de São Luís. Este trabalho fundamenta-se na prática da Musicoterapia que consiste na utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, para facilitar, e promover a comunicação, relação, aprendizagem e expressão através de experiências musicais de re-criação e improvisação (Bruscia, 2015). O transtorno do espectro autista tem como principal característica déficits persistentes na comunicação e interação social em diferentes contextos, por isso o projeto atua no formato de grupos para proporcionar às crianças uma maior possibilidade de interações sociais e assim desenvolver a linguagem, comunicação e as habilidades sociais. Uma sinfonia diferente é um método criado pelo Instituto Steinkopf que tem sido replicado em diferentes cidades do Brasil, sua aplicação divide-se em algumas etapas: 1- anamnese, para conhecer as particularidades de cada participante bem como suas dificuldades, potencialidades e focos de interesse;  2- avaliação, com o intuito de analisar os dados coletados e assim direcionar os grupos para cada criança, sendo que cada grupo deve ter no máximo 6 crianças; 3 - atendimento dos grupos; 4 - apresentação do musical e 5 - retorno aos ensaios em pequenos grupos e devolutivas sobre a evolução do participante durante o processo. Na proposta pensada para São Luís foram realizadas 66 anamneses permanecendo no projeto um total de 29 crianças, o critério para permanência foi a disponibilidade para participar das sessões. Participam do projeto também os pais e os voluntários, profissionais e acadêmicos das áreas de saúde e educação. A fase de atendimento em grupos teve a duração de cinco meses e atualmente estamos na fase de ensaios para a apresentação do musical com todas as crianças. Cada sessão foi registrada através de uma ficha onde os voluntários e terapeutas descreviam as sessões e as mudanças ocorridas durante o processo da fase de pequenos grupos. Como resultados prévios podemos destacar o aumento de interações interpessoais entre as pessoas com autismo e entre pessoas com autismo e pessoas normativas, aumento nas respostas verbais e pré-verbais dos participantes, melhora da comunicação visual; diminuição dos movimentos estereotipados e repetitivos, diminuição da sensibilidade auditiva e diminuição de crises comportamentais frente a frustração. A partir do que vivenciamos até o momento podemos concluir reafirmando aquilo o que alguns autores apontam  (Del Prette & Del Prette, 1998; Fleury & Santos, 2016), que a música é um recurso técnico que viabiliza o aprendizado de Habilidades Sociais e a Musicoterapia proporciona diferentes maneiras de expressão e comportamentos aceitáveis, bem como o aprendizado de Habilidades Sociais que se estendem para fora do contexto clínico. Precisamos salientar ainda que o projeto Uma Sinfonia Diferente está em andamento e que maiores resultados poderemos observar durante a execução das demais fases metodológicas.

  • Palavras-chave
  • Musicoterapia, interações sociais; habilidades sociais; autismo
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Psicologia Educacional e Práticas Interdisciplinares.
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