O ingresso no ensino superior é permeado por diversas modificações na vida do estudante, o que implica maiores responsabilidades e o desenvolvimento da autonomia. Em meio a tantas modificações, é possível que os estudantes desenvolvam altos níveis de ansiedade, angústia e tensão, em consequência disso, muitos apresentam dificuldade de obter uma adaptação positiva a esse contexto. Nesse sentido, o contexto acadêmico passa a tornar-se um fator de adoecimento, caracterizando-se como um fator de risco à saúde mental do público estudantil. Na perspectiva de favorecer a permanência dos estudantes na universidade, diminuindo índices de evasão, bem como proporcionar uma assistência integral aos discentes estruturou-se na UFMA Imperatriz, o Serviço de Assistência Estudantil (SAE). O SAE possui três grandes núcleos de atuação, o pedagógico, o social e o psicológico, que atuam de forma conjunta no sentido de proporcionar um ambiente saudável e acolhedor à comunidade acadêmica. De forma mais específica, o Núcleo de Psicologia (NAPSI) atua na perspectiva escolar, buscando compreender o fenômeno educacional como fruto de questões de âmbito institucional, pedagógico e relacional. Desde a década de 1980, a atuação da psicologia na escola abrange as relações do indivíduo com o seu contexto social, deixando de limitar-se com uma atuação pautada no modelo clínico e/ou vinculada especificamente com os problemas de aprendizagem. Coerente com essa concepção, este relato de experiência baseia-se na atuação do SAEem parceria com os Centros Acadêmicos (CA’s), docentes e outros técnicos-administrativos da UFMA Imperatriz, a fim de desenvolver atividades de promoção e prevenção em saúde no contexto universitário, fortalecendo o ambiente educativo como agente de transformação social e desenvolvimento do potencial humano. Dentre as diversas ações realizadas, pode-se destacar a campanha do Setembro Amarelo, onde foi realizado o concurso fotográfico “Por isso vale a pena viver”, em que os estudantes foram incentivados a divulgar por meio das redes sociais os motivos pelos quais a vida vale a pena. Nesta campanha, buscou-se também parceria com a Rede de Saúde Mental do munícipio, que realizou palestra temática. Foi realizada ainda a campanha do Outubro Rosa, utilizando-se de panfletagem para conscientização sobre o câncer de mama. Campanha semelhante foi realizada em novembro, na qual a Unidade Móvel Oncológica do município permaneceu em frente ao campus, oferecendo atendimentos e orientações à comunidade acadêmica e à comunidade do entorno, subsidiada pelo CRAS da comunidade. Além destas, promoveu-se uma roda de conversa sobre a maternidade e o contexto universitário, a partir da identificação da necessidade de esclarecimentos acerca dos direitos da gestante e de mães com filhos até seis anos. Todas as atividades foram desenvolvidas pela equipe multiprofissional do SAE numa atuação coletiva enriquecendo o olhar sobre os fenômenos educativos e potencializando os efeitos diante da comunidade. Além dos profissionais da equipe, contou-se com o reconhecimento e a colaboração da equipe gestora do Campus, assim como o apoio dos docentes em suas diferentes áreas de conhecimento e outros profissionais diversos. Observa-se que, gradativamente, a comunidade acadêmica sensibiliza-se para as questões de saúde individual e coletiva e de como essas interferem no rendimento e melhoria da aprendizagem. O desenvolvimento de ações de promoção à saúde dentro do contexto acadêmico tem produzido efeitos positivos, especialmente no que tange ao estreitamento de vínculos da equipe de Assistência Estudantil com a comunidade acadêmica, sendo convidada a participar ativamente de decisões e ações a serem desenvolvidas no campus, tanto por parte da direção, quanto pelos docentes e discentes da instituição.