Reações e sentimentos de professoras frente à inclusão de crianças com TEA

  • Autor
  • MARCOS ABRAÃO BORGES SANTOS
  • Co-autores
  • JÚLIA MACIEL SOARES-VASQUES
  • Resumo
  •  

    Avanços em relação à educação inclusiva no Brasil a partir da década de 1990 vem proporcionando o aumento da entrada de alunos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em turmas regulares do ensino fundamental, nas redes públicas e privadas. Documentos internacionais como a Declaração de Salamanca e a Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência endossam essa posição quanto à importância da inclusão escolar como instrumento de efetivação de uma inclusão social, em escala mais ampla. No Brasil, a lei nº 9.394/96 assegura aos alunos com deficiência currículos, métodos, recursos e organização específicos às suas necessidades. Nessa mesma direção, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica propõem que os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos e que cabe às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades especiais. Segundo o Censo Escolar de 2016, 57,8% das escolas brasileiras têm alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) ou altas habilidades (AH) – estatísticas dentre as quais encontram-se os alunos com TEA – incluídos em sala de ensino comum. Enfatiza-se que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracteriza-se, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, enquanto um quadro com sintomas presentes desde o início da infância no qual se apresentam déficits na comunicação, interação social, além de padrões restritivos e repetitivos que causem prejuízos clinicamente significativos no âmbito social. Diante disso, a instituição escolar possui um papel de grande importância para o desenvolvimento de alunos com TEA que, portanto, convida a uma investigação sobre as práticas inclusivas nesse contexto sob a ótica dos profissionais que fazem essa instituição acontecer. Assim, este trabalho apresenta um dos resultados de uma investigação mais ampla realizada como trabalho de conclusão de curso sobre o discurso de professoras da sala regular que atuam na inclusão de crianças com autismo no ensino fundamental I em escolas municipais de São Luís, capital do Maranhão. Na pesquisa em questão, aprovada pelo comitê de ética da Universidade Federal do Maranhão, buscou-se conhecer onde e como é realizada a inclusão de alunos com TEA, em que medida os professores são afetados, como se sentem e que percepção possuem sobre a inclusão desses alunos. Aqui, portanto, focou-se em um dos resultados obtidos nessa pesquisa, especificamente nas reações e sentimentos presentes no discurso dessas profissionais. Para atingir os objetivos do trabalho, primeiramente, foi realizada uma entrevista estruturada com a Secretaria Municipal de Educação, além de entrevistas semiestruturadas com professoras de escolas públicas municipais. As entrevistas com as participantes foram analisadas segundo o referencial teórico da Análise Institucional do Discurso (AID). A partir da análise dos resultados foram identificados, dentre outros aspectos, as reações e sentimentos associados aos desafios da inclusão de alunos com TEA no contexto ludovicense. As professoras falaram sobre ausência de preparo, alguns temores associados à prática inclusiva, fantasias associadas ao aluno com diagnóstico de TEA, sentimentos de impotência diante de algumas impossibilidades de realizar o ensino segundo seus ideais, além de apontarem caminhos para uma prática inclusiva mais ética e sustentável. Ao final, identificou-se que há efeitos significativos decorrentes da prática inclusiva para os professores e notou-se a necessidade de uma rede de suporte que inclua tais docentes, suas questões e sentimentos como parte fundamental do processo de efetivação das políticas de inclusão escolar.

  • Palavras-chave
  • Educação, Professores, Autismo, Inclusão escolar, Políticas públicas
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Psicologia Escolar, Inclusão e Diversidade.
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