ESTÁGIO ESPECÍFICO EM PSICOLOGIA ESCOLAR: relato da experiência observacional em uma escola da rede privada de ensino
Bruna Emanuele Lima Cantanheide – discente do curso Psicologia da Universidade Federal do Maranhão –UFMA (e-mail: cantanheide.bruna@gmail.com)
Tarciany Santos Paiva – discente do curso de Psicologia/UFMA (e-mail: tarcianypaiva21@gmail.com)
Maria Áurea Pereira Silva – docente do curso de Psicologia/UFMA (e-mail: aureapsic@superig.com.br)
A escola, hoje, é a maior instituição responsável pela educação formal em nosso país, e em seu interior ocorrem fenômenos comuns àqueles presentes na sociedade em geral. Além disso, a escola abrange o processo de ensino e de aprendizagem, o qual é caracterizado pelo desenvolvimento não linear que perpassa por diversas influências que estão além da capacidade de aprender. Para o psicólogo escolar e educacional é importante, dentre outras, a compreensão da realidade socioeconômica que consequentemente será refletida no cotidiano das instituições educacionais. Ao conhecer as interações sociais ocorrentes nesses contextos, o mencionado profissional pode melhor contribuir, por intermédio de seu trabalho, identificando características presentes na relação entre os atores da escola e entre estes e a educação. As atividades realizadas pelo psicólogo, geralmente, dependem tanto da rotina da comunidade escolar (principalmente de alunos, professores, coordenadores e pais de alunos) quanto da disponibilidade de horários cedidos pela escola. Essas observações foram feitas por duas estagiárias do Estágio Específico em Psicologia Escolar, no primeiro semestre de 2019, em uma escola de educação básica da rede privada de ensino em São Luís - MA, e mobilizaram este estudo cujo objetivo foi discutir sobre alguns desafios que comparecem no cotidiano da atuação do psicólogo de uma escola da rede privada de ensino. Os instrumentos e técnicas utilizados foram: caderneta e caneta para registros, feitos após as observações, e posteriormente discutidos na supervisão docente; observação participante, e a construção de um diário de campo. Como principais resultados das observações, expõem-se: a realização das atividades planejadas pela psicologia e consideradas importantes no dia-a-dia para o desenvolvimento humano tornaram-se ações circunstanciais; o trabalho do psicólogo, com exceções, foi solicitado pela escola quando havia algum conflito – nesse momento o tempo era cedido sem objeção por gestores e coordenadores; contudo, quando foram mostradas propostas de ações preventivas, dificilmente a escola dispunha de tempo. Como principais conclusões, enunciam-se: a atuação o psicólogo ocorreu majoritariamente na mediação de conflitos, e na comunicação entre família e escola; a disponibilidade de tempo não está assegurada para o psicólogo, que precisou estar atento às lacunas que surgiram no cronograma escolar, para minimamente inserir suas atividades – o trabalho do psicólogo, na maioria das vezes, foi realizado em momentos que não “atrapalhavam” as atividades dos professores, dos coordenadores ou dos alunos; o lugar do psicólogo na escola é conquistado diariamente, e é preciso que haja clareza no seu método de trabalho para que os outros atores da comunidade escolar conheçam, considerem as atribuições do psicólogo escolar e percebam que as ações da Psicologia são tão relevantes para o desenvolvimento humano, quanto os conteúdos das disciplinas.
Palavras-Chave: Estágio Específico; Escola Particular; Atuação Profissional; Psicologia Escolar e Educacional.