O ingresso no Ensino Superior pode representar um desafio em diversos aspectos para os jovens calouros, que muitas vezes saem da casa dos pais e passam a morar em outros municípios em busca da carreira desejada. Estes calouros, muitos entre 17 e 19 anos, se deparam não somente com novas demandas acadêmicas, mas também com responsabilidades como cuidar de casa, administrar as próprias finanças e o tempo, tudo isso sem o suporte social e familiar com que contavam no município de origem. Desta forma, este trabalho tem como objetivo relatar uma atividade de recepção dos calouros organizada pelos setores de Psicologia e Serviço Social da assistência estudantil de uma universidade pública do Piauí, no segundo semestre letivo do ano 2019. Esta atividade contou com a ajuda de estudantes veteranos que se voluntariaram a participar. Teve como intuito fortalecer vínculos entre discentes calouros e veteranos, favorecendo assim uma melhor adaptação dos novatos ao campus e à cidade. O fortalecimento de vínculos no campus, em que a distância de muitos estudantes de casa é tamanha que impossibilita visitas frequentes, vem se tornando cada vez mais uma demanda da Psicologia e o setor tem realizado atividades importantes com este enfoque. Desta forma, a recepção de novos alunos se mostra como um momento crucial para tal objetivo. Este trabalho se trata, então de um relato de experiência. A atividade aqui explanada foi realizada na tarde do dia cinco de agosto de 2019, das 14 às 18 horas, durante a calourada do campus, semana em que todos os setores explicam seu funcionamento. Nesta oportunidade, foram apresentados os serviços de assistência estudantil na universidade e realizada uma atividade interativa. Participaram desta alunos de cinco cursos de graduação, sendo 71 calouros e nove veteranos, que foram supervisionados pelos profissionais do serviço de assistência. Os calouros foram distribuídos aleatoriamente em quatro salas, e em cada uma delas uma dupla ou trio de veteranos assumiu o papel de liderança, coordenando a atividade. Em cada sala, os novos alunos foram incentivados e orientados pelos líderes a se dividirem em grupos menores e interagirem entre si, conhecendo um pouco uns aos outros e se apresentando para os demais de uma forma criativa. Os alunos utilizaram diferentes formas de apresentação, como dinâmicas e adivinhações. A atividade proporcionou aos alunos conhecerem calouros de outros cursos, além dos veteranos, que forneceram seu número de celular para os novatos que estavam nas salas em que lideravam, se colocando à disposição para auxiliar os discentes no primeiro mês, com informações sobre a dinâmica da universidade e funcionamento de diferentes setores, como biblioteca, restaurante universitário, ônibus de acesso à universidade, dentre outros. A interação entre os alunos foi recebida de forma positiva pelos calouros, que deram feedbacks positivos ao fim da tarde e em algumas salas criaram grupos em aplicativos de mensagens para manter o contato entre si. Os veteranos, por sua vez, puderam exercer o papel de liderança e divulgar as atividades extracurriculares, como ligas acadêmicas e times de esportes, além de compartilhar experiências e falar sobre a representação estudantil, uma vez que vários dos voluntários eram membros de diretório e centros acadêmicos. Um mês depois, é possível observar que os calouros continuam em contato com alunos de variados cursos nas áreas de convivência da universidade, e alguns inclusive moram nas mesmas casas. Observa-se que novas atividades que proporcionem o fortalecimento de vínculos na universidade são necessárias. Foi percebido que essas atividades interativas intercursos promovem espaços de socialização e trocas que aumentam a sensação de pertencimento à comunidade acadêmica e diminuem a rivalidade entre os estudantes dos diferentes cursos de graduação no campus.