AUTOBIOGRAFIA COMO ARQUIVO DA DITADURA: UMA LEITURA DA OBRA AINDA ESTOU AQUI, DE MARCELO RUBENS PAIVA

  • Autor
  • Nátali Conceição Lima Rocha
  • Co-autores
  • Prof. Dr. Silvana Maria Pantoja
  • Resumo
  • A ditadura militar no Brasil envolve um período que marcou, profundamente, diferentes seguimentos sociais. Muitas famílias tiveram seus entes queridos perseguidos, desaparecidos e mortos. A literatura contemporânea tem publicado, de forma bastante profícua, relatos memorialísticos de pessoas desaparecidas e mortas, bem como de testemunho de ex-perseguidos. Diante disso, o presente trabalho visa analisar a autobiografia como arquivo da ditadura na obra Ainda Estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva. O autor-narrador-personagem apresenta um relato memorialístico acerca dos impactos da ditadura sobre a sua família, em face do desaparecimento do pai, Rubens Paiva, à época eleito para deputado federal, próximo ao golpe de 64. A narrativa sustenta-se em um antes e depois da ditadura. O passado, comporta uma família alegre e feliz; após o início da ditadura, o núcleo familiar esfacela-se. Para evidenciar esse acontecimento, a narrativa é enriquecida com fotos pertencentes à família, além de cópia da denúncia judicial impetrada em 2014 por parte do Ministério Público do Rio de Janeiro, com acusações aos militares de serem responsáveis pela morte e ocultação do cadáver do pai do narrador, além de relatos testemunhais, arquivos importante à análise aqui proposta. O autor-narrador-personagem utiliza-se desses arquivos para tentar entender a si mesmo e, sobretudo, o acontecimento que mudou a vida dele. Para fundamentação da pesquisa, adotaremos o pensamento de Lejeune (2014), Arfuch (2013), Halbwachs (2003), Derrida (2014), entre outros. A obra Ainda estou aqui adquire caráter de arquivo com função social e política, com vistas a evitar o esquecimento e o não apagamento das atrocidades cometidas pelo regime ditatorial.

  • Palavras-chave
  • Autobiografia, Ditadura, Ainda estou aqui.
  • Área Temática
  • ARQUIVOS: CONSTRUÇÕES, ARRANJOS E (DES)MONTAGENS MEMORIALÍSTICAS
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O Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI promoveu o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia em Teresina-PI, ocorrido nos dias 24, 25 e 26 de março de 2021, visando difundir as pesquisas sobre gênese da criação e arquivologia, além de prestar homenagem aos 10 anos do Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI – um dos núcleos de pesquisa em crítica genética no Brasil. Esse evento bienal reuniu pesquisadores de todo o país e é organizado dentro das diretrizes nacionais dos estudos do processo de criação na literatura; nas artes em geral, e ainda nos estudos da arquivologia. Em sua quinta edição, o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia teve como sede a UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, numa organização de Extensão e Pesquisa em Literatura do Grupo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA, ligado à Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UESPI. Nesse sentido, o V Simpósio Nacional em Crítica Genética e Arquivologia foi organizado em torno da perspectiva de discussão sobre o papel da crítica textual, da publicação de textos e do arquivamento destes, do processo de criação nas artes, da importância das fontes históricas e da edição crítica como produto final do estudo do manuscrito a ser publicado. Além disso, reforçou também as abordagens teóricas do conhecimento científico que ajudam a entender o processo criador e arquivístico, dentre elas: História da Literatura, Teoria da Literatura, Crítica Literária, História, Sociologia, Educação, Biblioteconomia e Arquivologia. Nesse ínterim, o formato prevê conferências, mesas-redondas, oficinas e simpósios temáticos.

Os Anais do V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia reúne inicialmente os resumos dos trabalhos apresentados ao longo do evento, distribuindo-se em simpósios temáticos coordenados por pesquisadores de todo o Brasil. Os simpósios temáticos abrangeram elementos específicos referentes à edição crítica e à publicação dos mais diversos textos.

Editor(a)

Márcia Edlene Mauriz Lima

 

Corpo Editorial

Lanna Caroline Almeida (UFPI)

Lueldo Teixeira Bezerra (Centro Universitário Maurício de Nassau/PI)

Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA)

Aparecido José Cirillo (UFES)

Eduardo Calil (UFAL/CNPq)

Rosângela Pereira de Sousa (UESPI)

Maria do Amparo Ferro (UFPI)

Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI/UFPI)

Raffaella Fernandez (UFRJ/PACC)

Sergio Romanelli (UFSC)

Christiane Stallaert (Antwerpen Universiteit)

Edina Regina Pugas Panichi (UEL)

Livia Sprizão de Oliveira (UEL)

Rosa Borges dos Santos (UFBA)

Mabel Meira Mota (UFBA)

Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)

Paula Guerra (Universidade do Porto)

Douglas De Sousa (UEMA)

Emanoel Cesar Pires de Assis (UEMA)

Henrique Borralho (UEMA)

Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA/UESPI)

Elizabeth Hazin (UnB)

Maria Aracy Bonfim (UFMA)

Cacio José Ferreira (UFAM)

Francisco Hudson Pereira da Silva (NEMA/UESPI)

 

Diagramação

Francisco Hudson Pereira da Silva

 

Revisão

Os autores.

 

Periodicidade

Bianual

 

Núcleo de Estudos em Memória e Acervo - NEMA/UESPI

R. João Cabral - Matinha, Teresina - PI, 64002-150 - Teresina - Piauí

Telefone: (86) 3213-7441