Centenário Josué Guimarães (1921/2021): acreditar no que se escreve

  • Autor
  • Miguel Rettenmaier
  • Resumo
  • O presente trabalho pretende apresentar, no centenário de nascimento do escritor Josué Guimarães, os projetos do ALJOG/UPF, acervo literário do escritor, associados às homenagens, em 2021, ao autor de Camilo Mortágua Ao mesmo tempo, no relato das ações pela memória do autor, pretende-se discutir sua produção literária no  contexto da atualidade, já que sua obra se estende por um curto período, que envolve menos de duas décadas, até sua morte, em 1986. Jornalista de profissão, político de ocasião e escritor tardio, Josué Guimarães foi um sujeito inconformado com os desmandos do poder e as injustiças sociais. Na imprensa e na política, suas posições lhe valeram a circunstância de um sujeito visado, principalmente durante a ditadura militar de 64. Justamente nos anos de arbítrio, Josué inicia sua produção literária, escrevendo romances,  contos e textos de testemunho jornalístico, em uma redação de forte dição crítica quanto à sociedade de seu tempo. Por essa razão, sua obra pode ser vista como restrita ao contexto, embora, em uma leitura mais profunda, sua literatura seja cada vez mais atual, ao tocar em pontos de nossa histórica que permanecem como máculas ainda não superadas dentre as catástrofes do século XX (Selligmann-Silva). Esse artigo, assim, busca associar a memória de Josué Guimarães à atualidade de sua obra, ao mesmo tempo referido a necessidade de que se discutam elementos relacionados à atualização dos projetos de conservação da memória material, como forma de readequação dos arquivos em novas possibilidades tecnológica, associadas a encaminhamentos consolidados nas metodologias de pesquisa em  acervo literário (Bordini, Remédios). É justamente pela pesquisa nos arquivos do ALJOG/UPF que se pode interpretar o quanto Josué via na palavra e na literatura elementos de grande potencial na transformação da sociedade. Seus rascunhos e planos, pela pesquisa genética (Biasi), suas memórias registradas na correspondência pessoal ou como correspondente jornalístico, suas obras publicadas, dentre elas Os tambores silenciosos , tudo parece indicar  o quanto Josué Guimarães associava literatura e utopia (Rettenmaier), mesmo quando atingido por ondas de desencanto (Magris). 

     
  • Palavras-chave
  • Josué Guimarães; acervos literários; memória literária; escrita literária; resistência
  • Área Temática
  • ARQUIVÍSTICA LITERÁRIA, CRÍTICA TEXTUAL E GENÉTICA: DO PRÉ-TEXTO AO PÓS-TEXTO
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O Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI promoveu o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia em Teresina-PI, ocorrido nos dias 24, 25 e 26 de março de 2021, visando difundir as pesquisas sobre gênese da criação e arquivologia, além de prestar homenagem aos 10 anos do Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI – um dos núcleos de pesquisa em crítica genética no Brasil. Esse evento bienal reuniu pesquisadores de todo o país e é organizado dentro das diretrizes nacionais dos estudos do processo de criação na literatura; nas artes em geral, e ainda nos estudos da arquivologia. Em sua quinta edição, o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia teve como sede a UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, numa organização de Extensão e Pesquisa em Literatura do Grupo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA, ligado à Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UESPI. Nesse sentido, o V Simpósio Nacional em Crítica Genética e Arquivologia foi organizado em torno da perspectiva de discussão sobre o papel da crítica textual, da publicação de textos e do arquivamento destes, do processo de criação nas artes, da importância das fontes históricas e da edição crítica como produto final do estudo do manuscrito a ser publicado. Além disso, reforçou também as abordagens teóricas do conhecimento científico que ajudam a entender o processo criador e arquivístico, dentre elas: História da Literatura, Teoria da Literatura, Crítica Literária, História, Sociologia, Educação, Biblioteconomia e Arquivologia. Nesse ínterim, o formato prevê conferências, mesas-redondas, oficinas e simpósios temáticos.

Os Anais do V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia reúne inicialmente os resumos dos trabalhos apresentados ao longo do evento, distribuindo-se em simpósios temáticos coordenados por pesquisadores de todo o Brasil. Os simpósios temáticos abrangeram elementos específicos referentes à edição crítica e à publicação dos mais diversos textos.

Editor(a)

Márcia Edlene Mauriz Lima

 

Corpo Editorial

Lanna Caroline Almeida (UFPI)

Lueldo Teixeira Bezerra (Centro Universitário Maurício de Nassau/PI)

Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA)

Aparecido José Cirillo (UFES)

Eduardo Calil (UFAL/CNPq)

Rosângela Pereira de Sousa (UESPI)

Maria do Amparo Ferro (UFPI)

Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI/UFPI)

Raffaella Fernandez (UFRJ/PACC)

Sergio Romanelli (UFSC)

Christiane Stallaert (Antwerpen Universiteit)

Edina Regina Pugas Panichi (UEL)

Livia Sprizão de Oliveira (UEL)

Rosa Borges dos Santos (UFBA)

Mabel Meira Mota (UFBA)

Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)

Paula Guerra (Universidade do Porto)

Douglas De Sousa (UEMA)

Emanoel Cesar Pires de Assis (UEMA)

Henrique Borralho (UEMA)

Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA/UESPI)

Elizabeth Hazin (UnB)

Maria Aracy Bonfim (UFMA)

Cacio José Ferreira (UFAM)

Francisco Hudson Pereira da Silva (NEMA/UESPI)

 

Diagramação

Francisco Hudson Pereira da Silva

 

Revisão

Os autores.

 

Periodicidade

Bianual

 

Núcleo de Estudos em Memória e Acervo - NEMA/UESPI

R. João Cabral - Matinha, Teresina - PI, 64002-150 - Teresina - Piauí

Telefone: (86) 3213-7441