A CRÍTICA DE PROCESSO E O ENSINO-APRENDIZAGEM NA ÁREA DE LINGUAGENS

  • Autor
  • Eva Cristina Francisco
  • Resumo
  •  

    Com o avanço nas pesquisas em Crítica Genética, a investigação do processo criativo obteve um desdobramento para outros gêneros de texto, inclusive os multissemióticos. Assim é possível trazer a gênese da criação de obras de arte, do teatro, do cinema e, de acordo com Cecília de Almeida Salles, realizar uma Crítica de Processo. Toda obra pode ser considerada uma reescritura e essa reescritura apresenta o próprio desenvolvimento como obra de arte, pois, cada texto, seja ele em seu mais particular gênero, demanda um percurso, muitas vezes minucioso, até chegar à conclusão. Assim, o objetivo deste trabalho é trazer algumas abordagens sobre o processo criativo no cinema, considerando os elementos constituintes da sétima arte e atrelar esses conhecimentos como facilitadores do ensino-aprendizagem na área de linguagens. Uma vez que estamos rodeados de textos pluricódigos em grande parte do tempo do nosso cotidiano, ao trabalharmos um gênero com tais características, conquistamos maior proximidade com o educando e com a realidade, aperfeiçoando as práticas em sala de aula. A apresentação do roteiro filmado, fornecido pela assessoria do diretor do filme e o DVD contendo o making of, cenas cortadas, entrevistas, etc, são elementos fundamentais para o desvelar do processo criativo na obra cinematográfica. O roteiro é um texto escrito que será traduzido para a linguagem sincrética em sua essência e o diretor/roteirista deve optar pela melhor palavra, o melhor diálogo, o ator mais adequado para aquele personagem, os personagens mais interessantes para compor a trama, o melhor início/fim, a melhor música para marcar a história central, isto é, um ato permanente de tomadas de decisão. Por depender do desempenho simultâneo de diversos artistas e profissionais, pode-se afirmar que o cinema é uma arte coletiva. Por isso as abordagens concernentes à linguagem cinematográfica (movimentos de câmera, enquadramentos, angulações), desempenho dos atores, sonoplastia, simbologia e textos imagéticos, para citar alguns, também influenciam e (re)criam o filme, fazendo parte de sua gênese.  Para a realização da obra cinematográfica é necessária a realização de uma tradução intersemiótica de uma linguagem homogênea para uma plurimodal. O corpus utilizado foi o filme Primo Basílio (2007), dirigido por Daniel Filho e roteirizado por Euclydes Marinho, obra esta transposta do romance de Eça de Queirós (1878). A partir do diálogo entre os pressupostos da gênese da criação (OSTROWER, PANICHI, SALLES, etc.), de conhecimentos teóricos sobre cinematografia (MARTIN, BRETTON) e da teoria sobre a tradução intersemiótica (PLAZA, JACKOBSON,), são trazidas considerações sobre o trajeto percorrido para que o filme pudesse chegar ao espectador e algumas propostas para abordagens desses estudos em sala de aula atingindo o objetivo do ensino-aprendizagem dentro das mais diversas linguagens.

     

  • Palavras-chave
  • Crítica de Processo, Cinema, Ensino-Aprendizagem, Linguagens, Tradução Intersemiótica
  • Área Temática
  • CRÍTICA DE PROCESSO E REFLEXÕES SOBRE O FAZER PROFISSIONAL
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O Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI promoveu o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia em Teresina-PI, ocorrido nos dias 24, 25 e 26 de março de 2021, visando difundir as pesquisas sobre gênese da criação e arquivologia, além de prestar homenagem aos 10 anos do Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI – um dos núcleos de pesquisa em crítica genética no Brasil. Esse evento bienal reuniu pesquisadores de todo o país e é organizado dentro das diretrizes nacionais dos estudos do processo de criação na literatura; nas artes em geral, e ainda nos estudos da arquivologia. Em sua quinta edição, o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia teve como sede a UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, numa organização de Extensão e Pesquisa em Literatura do Grupo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA, ligado à Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UESPI. Nesse sentido, o V Simpósio Nacional em Crítica Genética e Arquivologia foi organizado em torno da perspectiva de discussão sobre o papel da crítica textual, da publicação de textos e do arquivamento destes, do processo de criação nas artes, da importância das fontes históricas e da edição crítica como produto final do estudo do manuscrito a ser publicado. Além disso, reforçou também as abordagens teóricas do conhecimento científico que ajudam a entender o processo criador e arquivístico, dentre elas: História da Literatura, Teoria da Literatura, Crítica Literária, História, Sociologia, Educação, Biblioteconomia e Arquivologia. Nesse ínterim, o formato prevê conferências, mesas-redondas, oficinas e simpósios temáticos.

Os Anais do V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia reúne inicialmente os resumos dos trabalhos apresentados ao longo do evento, distribuindo-se em simpósios temáticos coordenados por pesquisadores de todo o Brasil. Os simpósios temáticos abrangeram elementos específicos referentes à edição crítica e à publicação dos mais diversos textos.

Editor(a)

Márcia Edlene Mauriz Lima

 

Corpo Editorial

Lanna Caroline Almeida (UFPI)

Lueldo Teixeira Bezerra (Centro Universitário Maurício de Nassau/PI)

Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA)

Aparecido José Cirillo (UFES)

Eduardo Calil (UFAL/CNPq)

Rosângela Pereira de Sousa (UESPI)

Maria do Amparo Ferro (UFPI)

Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI/UFPI)

Raffaella Fernandez (UFRJ/PACC)

Sergio Romanelli (UFSC)

Christiane Stallaert (Antwerpen Universiteit)

Edina Regina Pugas Panichi (UEL)

Livia Sprizão de Oliveira (UEL)

Rosa Borges dos Santos (UFBA)

Mabel Meira Mota (UFBA)

Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)

Paula Guerra (Universidade do Porto)

Douglas De Sousa (UEMA)

Emanoel Cesar Pires de Assis (UEMA)

Henrique Borralho (UEMA)

Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA/UESPI)

Elizabeth Hazin (UnB)

Maria Aracy Bonfim (UFMA)

Cacio José Ferreira (UFAM)

Francisco Hudson Pereira da Silva (NEMA/UESPI)

 

Diagramação

Francisco Hudson Pereira da Silva

 

Revisão

Os autores.

 

Periodicidade

Bianual

 

Núcleo de Estudos em Memória e Acervo - NEMA/UESPI

R. João Cabral - Matinha, Teresina - PI, 64002-150 - Teresina - Piauí

Telefone: (86) 3213-7441