Memória da casa: Freyre, Boas, Lins e Cia.

  • Autor
  • Profa. Dra. Ana Luiza Andrade (UFSC) do Núcleo de Estudos Benjaminianos
  • Resumo
  • Pesquisa em arquivo – Resumo

     

                     A ressignificação da casa brasileira: Freyre, Lins & cia.

     

                                                                                 Ana Luiza Andrade (UFSC)

     

         Em um dos seus ensaios sobre Gilberto Freyre, Osman Lins refere-se a um Outro cultural inserido nas famílias conservadoras brasileiras como o “infamiliar” , palavra  traduzida do “unheimliche” freudiano, que quer dizer “estrangeiridade” mais que estranhamento,  literalmente o “lar que não é”, o não-lar, ou ainda, o que está fora de um sentido de familiaridade. O projeto proposto busca averiguar esse Outro cultural entre o mito de negritude e o preconceito racial em Ordem e Progresso, na visão osmaniana de seus ensaios sobre um Freyre que está na dobra entre o sociólogo, o antropólogo e o escritor, e na sua ligação com o antropólogo Franz Boas,  desde uma retomada da casa patriarcal na literatura, em romances como Dom Casmurro de Machado de Assis e São Bernardo de Graciliano Ramos, que, neste sentido, antecipariam a visita do hostis, palavra latina que designa tanto o hospede como o inimigo, coincidente, em todo o caso, ao estrangeiro do Avalovara (1973) de Osman Lins.  Mas, mais que isso, a memória de uma habitação comunitária, ao nomear o tempo morto de uma habitação política coletiva durante a ditadura, amplia o sentido da casa em Osman Lins, cujo jogo entre interior e exterior substitui gestos por palavras, mas também faz com que um “tempo morto” se abra ao espaço cultural de objetos no percurso artístico de suas estéticas migratórias. Busca-se pois, buscar nesta pesquisa de arquivo na Fundação Gilberto Freyre e na Fundação Joaquim Nabuco, uma ampla visão dos fios que ligam artistas (Cicero Dias, Francisco Brennand, Vicente do Rego Monteiro, por ex) poetas (Mauro Mota, por ex) e escritores como Osman Lins ao redor deste desencadear de estéticas migrantes na casa brasileira a partir de Freyre, e assim ressignificar o modernismo nordestino, inclusive como pós-modernismo.

  • Palavras-chave
  • habitação memória arquivo Osman Lins Gilberto Freyre
  • Área Temática
  • “QUANDO AGORA FOI OUTRORA?”: NOVAS LEITURAS DO TEXTO OSMANIANO A PARTIR DE INCURSÕES EM ARQUIVOS
Voltar

O Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI promoveu o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia em Teresina-PI, ocorrido nos dias 24, 25 e 26 de março de 2021, visando difundir as pesquisas sobre gênese da criação e arquivologia, além de prestar homenagem aos 10 anos do Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI – um dos núcleos de pesquisa em crítica genética no Brasil. Esse evento bienal reuniu pesquisadores de todo o país e é organizado dentro das diretrizes nacionais dos estudos do processo de criação na literatura; nas artes em geral, e ainda nos estudos da arquivologia. Em sua quinta edição, o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia teve como sede a UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, numa organização de Extensão e Pesquisa em Literatura do Grupo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA, ligado à Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UESPI. Nesse sentido, o V Simpósio Nacional em Crítica Genética e Arquivologia foi organizado em torno da perspectiva de discussão sobre o papel da crítica textual, da publicação de textos e do arquivamento destes, do processo de criação nas artes, da importância das fontes históricas e da edição crítica como produto final do estudo do manuscrito a ser publicado. Além disso, reforçou também as abordagens teóricas do conhecimento científico que ajudam a entender o processo criador e arquivístico, dentre elas: História da Literatura, Teoria da Literatura, Crítica Literária, História, Sociologia, Educação, Biblioteconomia e Arquivologia. Nesse ínterim, o formato prevê conferências, mesas-redondas, oficinas e simpósios temáticos.

Os Anais do V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia reúne inicialmente os resumos dos trabalhos apresentados ao longo do evento, distribuindo-se em simpósios temáticos coordenados por pesquisadores de todo o Brasil. Os simpósios temáticos abrangeram elementos específicos referentes à edição crítica e à publicação dos mais diversos textos.

Editor(a)

Márcia Edlene Mauriz Lima

 

Corpo Editorial

Lanna Caroline Almeida (UFPI)

Lueldo Teixeira Bezerra (Centro Universitário Maurício de Nassau/PI)

Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA)

Aparecido José Cirillo (UFES)

Eduardo Calil (UFAL/CNPq)

Rosângela Pereira de Sousa (UESPI)

Maria do Amparo Ferro (UFPI)

Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI/UFPI)

Raffaella Fernandez (UFRJ/PACC)

Sergio Romanelli (UFSC)

Christiane Stallaert (Antwerpen Universiteit)

Edina Regina Pugas Panichi (UEL)

Livia Sprizão de Oliveira (UEL)

Rosa Borges dos Santos (UFBA)

Mabel Meira Mota (UFBA)

Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)

Paula Guerra (Universidade do Porto)

Douglas De Sousa (UEMA)

Emanoel Cesar Pires de Assis (UEMA)

Henrique Borralho (UEMA)

Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA/UESPI)

Elizabeth Hazin (UnB)

Maria Aracy Bonfim (UFMA)

Cacio José Ferreira (UFAM)

Francisco Hudson Pereira da Silva (NEMA/UESPI)

 

Diagramação

Francisco Hudson Pereira da Silva

 

Revisão

Os autores.

 

Periodicidade

Bianual

 

Núcleo de Estudos em Memória e Acervo - NEMA/UESPI

R. João Cabral - Matinha, Teresina - PI, 64002-150 - Teresina - Piauí

Telefone: (86) 3213-7441