O ACERVO ACYR CASTRO E A CRÍTICA FILOLÓGICA: FILOLOGIA, ARQUIVÍSTICA E SOCIOLOGIA DOS TEXTOS EM DIÁLOGO

  • Autor
  • Luana Dall'Agnol Ribeiro
  • Co-autores
  • Rosa Borges dos Santos
  • Resumo
  • Objetiva-se, neste trabalho, apresentar as discussões feitas a partir do estudo, ainda em andamento, da dramaturgia desenvolvida por Acyr Castro na Bahia durante o período da ditadura militar (1964-1985). Considerando a Filologia um campo do saber que dialoga com outras áreas do conhecimento, como a arquivística, na organização e catalogação dos documentos que integram o Acervo Acyr Castro (AAC), a crítica textual, ocupando-se da publicação de textos, conforme critérios filológicos estabelecidos, a sociologia dos textos, que possibilita o estudo das intervenções de diversos sujeitos na materialidade do texto, incluindo-se o autor, constroem-se os fundamentos para o exercício da crítica filológica. O AAC, parte do Arquivo Textos Teatrais Censurados (ATTC), que vem sendo preparado pela Equipe Textos Teatrais Censurados (ETTC)/Grupo de Edição e Estudo de Textos (GEET), ambos coordenados pela Profa. Dra. Rosa Borges, é composto por cinco textos teatrais que foram submetidos ao exame censório, bem como por outros materiais que formam a documentação paratextual: reportagens e notas de jornal, documentos censórios, dedicatórias, entre outros. O estudo deste acervo, a partir da prática filológica editorial, contempla todos os seus documentos, permitindo ao filólogo-editor a compreensão de como ocorreram os processos de produção e circulação das obras dramatúrgicas analisadas. Os textos teatrais censurados configuram-se, assim, como documento (prova)/monumento (memória) de um período histórico marcado pela repressão, o que exige por parte do filólogo posicionamento crítico, a partir do exercício da crítica filológica (BORGES, 2019). A sua ação crítico-interpretativa possibilita a caracterização da dramaturgia produzida naquele momento e o resgate da história e da memória de um contexto social, cultural e político que influenciou a produção teatral, à época. Para tanto, torna-se fundamental a identificação dos agentes que participaram dos processos de produção e circulação das obras decorrente das marcas deixadas nos textos como, por exemplo, o carimbo do Departamento de Polícia Federal (DPF) da Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), indicando a ação dos censores, a datilografia dos textos submetidos ao julgamento censório etc., para pensar o tipo de publicação a ser realizado. Compreende-se, assim, que a Filologia e a Arquivística, passando pela Sociologia dos Textos, através do diálogo que estabelecem entre si, corroboram para o aprofundamento dos estudos da dramaturgia baiana, compreendendo os contextos histórico, social, cultural e político em que foi produzida.

  • Palavras-chave
  • Filologia, Arquivística, Sociologia dos Textos, Acervo Acyr Castro.
  • Área Temática
  • ARQUIVÍSTICA LITERÁRIA, CRÍTICA TEXTUAL E GENÉTICA: DO PRÉ-TEXTO AO PÓS-TEXTO
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O Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI promoveu o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia em Teresina-PI, ocorrido nos dias 24, 25 e 26 de março de 2021, visando difundir as pesquisas sobre gênese da criação e arquivologia, além de prestar homenagem aos 10 anos do Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI – um dos núcleos de pesquisa em crítica genética no Brasil. Esse evento bienal reuniu pesquisadores de todo o país e é organizado dentro das diretrizes nacionais dos estudos do processo de criação na literatura; nas artes em geral, e ainda nos estudos da arquivologia. Em sua quinta edição, o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia teve como sede a UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, numa organização de Extensão e Pesquisa em Literatura do Grupo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA, ligado à Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UESPI. Nesse sentido, o V Simpósio Nacional em Crítica Genética e Arquivologia foi organizado em torno da perspectiva de discussão sobre o papel da crítica textual, da publicação de textos e do arquivamento destes, do processo de criação nas artes, da importância das fontes históricas e da edição crítica como produto final do estudo do manuscrito a ser publicado. Além disso, reforçou também as abordagens teóricas do conhecimento científico que ajudam a entender o processo criador e arquivístico, dentre elas: História da Literatura, Teoria da Literatura, Crítica Literária, História, Sociologia, Educação, Biblioteconomia e Arquivologia. Nesse ínterim, o formato prevê conferências, mesas-redondas, oficinas e simpósios temáticos.

Os Anais do V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia reúne inicialmente os resumos dos trabalhos apresentados ao longo do evento, distribuindo-se em simpósios temáticos coordenados por pesquisadores de todo o Brasil. Os simpósios temáticos abrangeram elementos específicos referentes à edição crítica e à publicação dos mais diversos textos.

Editor(a)

Márcia Edlene Mauriz Lima

 

Corpo Editorial

Lanna Caroline Almeida (UFPI)

Lueldo Teixeira Bezerra (Centro Universitário Maurício de Nassau/PI)

Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA)

Aparecido José Cirillo (UFES)

Eduardo Calil (UFAL/CNPq)

Rosângela Pereira de Sousa (UESPI)

Maria do Amparo Ferro (UFPI)

Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI/UFPI)

Raffaella Fernandez (UFRJ/PACC)

Sergio Romanelli (UFSC)

Christiane Stallaert (Antwerpen Universiteit)

Edina Regina Pugas Panichi (UEL)

Livia Sprizão de Oliveira (UEL)

Rosa Borges dos Santos (UFBA)

Mabel Meira Mota (UFBA)

Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)

Paula Guerra (Universidade do Porto)

Douglas De Sousa (UEMA)

Emanoel Cesar Pires de Assis (UEMA)

Henrique Borralho (UEMA)

Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA/UESPI)

Elizabeth Hazin (UnB)

Maria Aracy Bonfim (UFMA)

Cacio José Ferreira (UFAM)

Francisco Hudson Pereira da Silva (NEMA/UESPI)

 

Diagramação

Francisco Hudson Pereira da Silva

 

Revisão

Os autores.

 

Periodicidade

Bianual

 

Núcleo de Estudos em Memória e Acervo - NEMA/UESPI

R. João Cabral - Matinha, Teresina - PI, 64002-150 - Teresina - Piauí

Telefone: (86) 3213-7441