Notas sobre o processo de criação e desenvolvimento da contística fantástica de Amparo Dávila através de entrevistas com a autora

  • Autor
  • Daisy da Silva César
  • Co-autores
  • Luciane da Silva Alves
  • Resumo
  •  

    A escritora mexicana Amparo Dávila (1928 – 2020) produziu, ao longo de sua vida, uma vasta obra que trouxe inovações para o gênero fantástico latino-americano e que a alinharam aos grandes mestres internacionais do horror. As figuras femininas que habitam majoritariamente sua obra, deparam-se com o horror presente no cotidiano, o encerramento, a opressão e a loucura que se misturam um imaginário fantástico e aterrorizante com elementos de uma sociedade patriarcal, com machismo ao extremo. Tais elementos, no entanto, embora intensamente imaginativos, dialogam com situações vividas pela autora em uma biografia marcada por eventos trágicos. Desta forma, apesar de Barthes tentar desvincular a leitura do texto literário de sua autoria, tirando o foco de sua biografia, autoras como Rita Felski chamam a atenção para a relação entre a experiência estética e a posição socio-cultural da pessoa que escreve o texto literário, levando em consideração quem ela é, onde ela está e os acontecimentos de sua trajetória de vida que podem interferir na sua produção literária, como mais uma chave de interpretação disponível. Nesta proposta, procuraremos discutir o processo criativo da autora através da análise de aspectos revelados em entrevistas concedidas ao longo de sua vida. Dávila ressaltou, em diversas ocasiões, três aspectos relevantes de sua biografia que dialogam com a produção de seus contos: o convívio desde a infância com imagem da morte; a opressão feminina e o encerramento da mulher no espaço doméstico como desencadeadores da loucura e do horror e a forte presença da biblioteca de sua família, também desde a infância, como símbolo da leitura como fundamento da escrita. 

     

  • Palavras-chave
  • autoria feminina, processo criativo, leitura como fundamento da escrita
  • Área Temática
  • GÊNESE, EDIÇÃO E PRODUÇÃO DE AUTORIAS NO ENCALÇO DA CRÍTICA
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O Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI promoveu o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia em Teresina-PI, ocorrido nos dias 24, 25 e 26 de março de 2021, visando difundir as pesquisas sobre gênese da criação e arquivologia, além de prestar homenagem aos 10 anos do Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI – um dos núcleos de pesquisa em crítica genética no Brasil. Esse evento bienal reuniu pesquisadores de todo o país e é organizado dentro das diretrizes nacionais dos estudos do processo de criação na literatura; nas artes em geral, e ainda nos estudos da arquivologia. Em sua quinta edição, o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia teve como sede a UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, numa organização de Extensão e Pesquisa em Literatura do Grupo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA, ligado à Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UESPI. Nesse sentido, o V Simpósio Nacional em Crítica Genética e Arquivologia foi organizado em torno da perspectiva de discussão sobre o papel da crítica textual, da publicação de textos e do arquivamento destes, do processo de criação nas artes, da importância das fontes históricas e da edição crítica como produto final do estudo do manuscrito a ser publicado. Além disso, reforçou também as abordagens teóricas do conhecimento científico que ajudam a entender o processo criador e arquivístico, dentre elas: História da Literatura, Teoria da Literatura, Crítica Literária, História, Sociologia, Educação, Biblioteconomia e Arquivologia. Nesse ínterim, o formato prevê conferências, mesas-redondas, oficinas e simpósios temáticos.

Os Anais do V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia reúne inicialmente os resumos dos trabalhos apresentados ao longo do evento, distribuindo-se em simpósios temáticos coordenados por pesquisadores de todo o Brasil. Os simpósios temáticos abrangeram elementos específicos referentes à edição crítica e à publicação dos mais diversos textos.

Editor(a)

Márcia Edlene Mauriz Lima

 

Corpo Editorial

Lanna Caroline Almeida (UFPI)

Lueldo Teixeira Bezerra (Centro Universitário Maurício de Nassau/PI)

Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA)

Aparecido José Cirillo (UFES)

Eduardo Calil (UFAL/CNPq)

Rosângela Pereira de Sousa (UESPI)

Maria do Amparo Ferro (UFPI)

Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI/UFPI)

Raffaella Fernandez (UFRJ/PACC)

Sergio Romanelli (UFSC)

Christiane Stallaert (Antwerpen Universiteit)

Edina Regina Pugas Panichi (UEL)

Livia Sprizão de Oliveira (UEL)

Rosa Borges dos Santos (UFBA)

Mabel Meira Mota (UFBA)

Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)

Paula Guerra (Universidade do Porto)

Douglas De Sousa (UEMA)

Emanoel Cesar Pires de Assis (UEMA)

Henrique Borralho (UEMA)

Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA/UESPI)

Elizabeth Hazin (UnB)

Maria Aracy Bonfim (UFMA)

Cacio José Ferreira (UFAM)

Francisco Hudson Pereira da Silva (NEMA/UESPI)

 

Diagramação

Francisco Hudson Pereira da Silva

 

Revisão

Os autores.

 

Periodicidade

Bianual

 

Núcleo de Estudos em Memória e Acervo - NEMA/UESPI

R. João Cabral - Matinha, Teresina - PI, 64002-150 - Teresina - Piauí

Telefone: (86) 3213-7441