Transcorridos 212 anos do seu nascimento, Edgar Allan Poe (1809-1840), autor-contista-crítico oitocentista, ainda reside nos corações e mentes de milhares de pessoas ao redor do mundo, haja vista a fortuna crítica da sua obra, ou as diversas traduções dos seus contos para outras linguagens. O autor resiste às renovações do ideário artístico-cultural ocorridas desde o século XIX e persiste como um grande mistério. Por que ele exerce tanta atração sobre as pessoas? Poe foi pioneiro em usar medo, loucura, culpa e histeria como forma de identificação. Esta lógica da sustentação e perpetuação da obra de Poe corporifica-se nas traduções das suas narrativas para outras linguagens e mídias tais como o cinema, particularmente nos anos 60, bem como para linguagens da contemporaneidade, que atualizam os contos de Poe para os quadrinhos, séries, games, entre outras expressões artísticas. No entanto, à medida que a obra dele vai sendo traduzida para as linguagens sincréticas seu caráter “existencial”, de orientação questionadora dos recônditos da alma humana, cede espaço para a exploração do seu aspecto fantástico, consolidando a abordagem de Poe como signo deste gênero. Somado a esta atmosfera, um componente lúdico encarrega-se de transformar as traduções da obra de Poe em produtos de entretenimento. Neste trabalho pretendemos apresentar os resultados parciais de uma pesquisa a respeito destes produtos, que são consumidos cada vez mais e por públicos diversos, constituindo-se como um inventário poeano. Para isso apresentaremos alguns aspectos de sua obra ficcional curta, tais como seus princípios guias. Abordaremos a apropriação de elementos góticos e fantásticos feita pelo autor. Por fim, esclareceremos o conceito de tradução intersemiótica, tal como apresentado por Plaza (1980). Almejamos, com isso, validar a assertiva da perenidade de Poe em tempos atuais.
O Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI promoveu o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia em Teresina-PI, ocorrido nos dias 24, 25 e 26 de março de 2021, visando difundir as pesquisas sobre gênese da criação e arquivologia, além de prestar homenagem aos 10 anos do Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI – um dos núcleos de pesquisa em crítica genética no Brasil. Esse evento bienal reuniu pesquisadores de todo o país e é organizado dentro das diretrizes nacionais dos estudos do processo de criação na literatura; nas artes em geral, e ainda nos estudos da arquivologia. Em sua quinta edição, o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia teve como sede a UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, numa organização de Extensão e Pesquisa em Literatura do Grupo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA, ligado à Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UESPI. Nesse sentido, o V Simpósio Nacional em Crítica Genética e Arquivologia foi organizado em torno da perspectiva de discussão sobre o papel da crítica textual, da publicação de textos e do arquivamento destes, do processo de criação nas artes, da importância das fontes históricas e da edição crítica como produto final do estudo do manuscrito a ser publicado. Além disso, reforçou também as abordagens teóricas do conhecimento científico que ajudam a entender o processo criador e arquivístico, dentre elas: História da Literatura, Teoria da Literatura, Crítica Literária, História, Sociologia, Educação, Biblioteconomia e Arquivologia. Nesse ínterim, o formato prevê conferências, mesas-redondas, oficinas e simpósios temáticos.
Os Anais do V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia reúne inicialmente os resumos dos trabalhos apresentados ao longo do evento, distribuindo-se em simpósios temáticos coordenados por pesquisadores de todo o Brasil. Os simpósios temáticos abrangeram elementos específicos referentes à edição crítica e à publicação dos mais diversos textos.
Editor(a)
Márcia Edlene Mauriz Lima
Corpo Editorial
Lanna Caroline Almeida (UFPI)
Lueldo Teixeira Bezerra (Centro Universitário Maurício de Nassau/PI)
Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA)
Aparecido José Cirillo (UFES)
Eduardo Calil (UFAL/CNPq)
Rosângela Pereira de Sousa (UESPI)
Maria do Amparo Ferro (UFPI)
Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI/UFPI)
Raffaella Fernandez (UFRJ/PACC)
Sergio Romanelli (UFSC)
Christiane Stallaert (Antwerpen Universiteit)
Edina Regina Pugas Panichi (UEL)
Livia Sprizão de Oliveira (UEL)
Rosa Borges dos Santos (UFBA)
Mabel Meira Mota (UFBA)
Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)
Paula Guerra (Universidade do Porto)
Douglas De Sousa (UEMA)
Emanoel Cesar Pires de Assis (UEMA)
Henrique Borralho (UEMA)
Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA/UESPI)
Elizabeth Hazin (UnB)
Maria Aracy Bonfim (UFMA)
Cacio José Ferreira (UFAM)
Francisco Hudson Pereira da Silva (NEMA/UESPI)
Diagramação
Francisco Hudson Pereira da Silva
Revisão
Os autores.
Periodicidade
Bianual
Núcleo de Estudos em Memória e Acervo - NEMA/UESPI
R. João Cabral - Matinha, Teresina - PI, 64002-150 - Teresina - Piauí
Telefone: (86) 3213-7441