O tempo do cuidado nas correspondências de Dyonélio Machado

  • Autor
  • Jonas Kunzler Moreira Dornelles
  • Resumo
  •  

    Um dos papéis fundamentais da historiografia é a reconstituição, por via de sua pesquisa junto as fontes e referentes do tempo histórico. Para Paul Ricoeur, o tempo histórico seria uma espécie de ponte entre tempo existencial e tempo científico, uma forma de arranjo narrativo dos acontecimentos que poderia trabalhar sobre os limites dos rastros do passado. Na proposta do teórico, a prioridade dessa temporalização historiadora é o horizonte futuro, e por isso mesmo o passado e o presente devem ser tomados em suas potencialidades abertas ao porvir. Um referente fundamental é o tempo do cuidado, no qual os agentes históricos elaboram a si mesmos em suas possibilidades mais livres das determinações dadas até então, visando uma posteridade. Essa temporalidade existencial de constituição de si frente a morte, encontra-se na filosofia do helenismo (Platão, Sêneca, etc), que serviria de fonte para Martin Heidegger propor o conceito utilizado por Ricoeur. Em sua trajetória de pesquisa, veremos que Dyonélio Machado também se influencia pelo helenismo, citando com frequência Platão e Sêneca em sua obra. É a partir da noção de tempo do cuidado que podemos então voltar ao seu arquivo, procurando como se apresenta em seus rastros. Inicialmente indicaremos sua “trilogia romana”, de maneira a indicar as discussões sobre helenismo, passando então análise de sua correspondência, onde encontramos os indícios mais adequados para recuperação de seu uso particular do tempo. Nas correspondências com Osman Lins e Julieta Godoy, onde são tratados temas como o uso da saúde, considerações sobre finitude e posteridade, em que estão em pauta o cuidado frente o porvir. Considerando que seriam sobre esses referentes privados que podemos narrar de maneira mais potencial a história futura de Dyonélio Machado, devemos recuperar quais são os usos próprios do tempo do cuidado para o escritor gaúcho, de maneira a fundamentá-los neles os acontecimentos historiográficos que ocorrem já em sua posteridade.

     

     

  • Palavras-chave
  • Arquivo literário; correspondência; Dyonélio Machado; rastro; tempo do cuidado.
  • Área Temática
  • ARQUIVO E EPISTOLOGRAFIA: UNIVERSO LITERÁRIO
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O Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI promoveu o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia em Teresina-PI, ocorrido nos dias 24, 25 e 26 de março de 2021, visando difundir as pesquisas sobre gênese da criação e arquivologia, além de prestar homenagem aos 10 anos do Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI – um dos núcleos de pesquisa em crítica genética no Brasil. Esse evento bienal reuniu pesquisadores de todo o país e é organizado dentro das diretrizes nacionais dos estudos do processo de criação na literatura; nas artes em geral, e ainda nos estudos da arquivologia. Em sua quinta edição, o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia teve como sede a UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, numa organização de Extensão e Pesquisa em Literatura do Grupo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA, ligado à Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UESPI. Nesse sentido, o V Simpósio Nacional em Crítica Genética e Arquivologia foi organizado em torno da perspectiva de discussão sobre o papel da crítica textual, da publicação de textos e do arquivamento destes, do processo de criação nas artes, da importância das fontes históricas e da edição crítica como produto final do estudo do manuscrito a ser publicado. Além disso, reforçou também as abordagens teóricas do conhecimento científico que ajudam a entender o processo criador e arquivístico, dentre elas: História da Literatura, Teoria da Literatura, Crítica Literária, História, Sociologia, Educação, Biblioteconomia e Arquivologia. Nesse ínterim, o formato prevê conferências, mesas-redondas, oficinas e simpósios temáticos.

Os Anais do V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia reúne inicialmente os resumos dos trabalhos apresentados ao longo do evento, distribuindo-se em simpósios temáticos coordenados por pesquisadores de todo o Brasil. Os simpósios temáticos abrangeram elementos específicos referentes à edição crítica e à publicação dos mais diversos textos.

Editor(a)

Márcia Edlene Mauriz Lima

 

Corpo Editorial

Lanna Caroline Almeida (UFPI)

Lueldo Teixeira Bezerra (Centro Universitário Maurício de Nassau/PI)

Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA)

Aparecido José Cirillo (UFES)

Eduardo Calil (UFAL/CNPq)

Rosângela Pereira de Sousa (UESPI)

Maria do Amparo Ferro (UFPI)

Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI/UFPI)

Raffaella Fernandez (UFRJ/PACC)

Sergio Romanelli (UFSC)

Christiane Stallaert (Antwerpen Universiteit)

Edina Regina Pugas Panichi (UEL)

Livia Sprizão de Oliveira (UEL)

Rosa Borges dos Santos (UFBA)

Mabel Meira Mota (UFBA)

Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)

Paula Guerra (Universidade do Porto)

Douglas De Sousa (UEMA)

Emanoel Cesar Pires de Assis (UEMA)

Henrique Borralho (UEMA)

Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA/UESPI)

Elizabeth Hazin (UnB)

Maria Aracy Bonfim (UFMA)

Cacio José Ferreira (UFAM)

Francisco Hudson Pereira da Silva (NEMA/UESPI)

 

Diagramação

Francisco Hudson Pereira da Silva

 

Revisão

Os autores.

 

Periodicidade

Bianual

 

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