ANTROPOLOGIA DA DOMINAÇÃO EM ÁGUA DE BARRELA, DE ELIANA ALVES CRUZ

  • Autor
  • Jéssica Catharine Barbosa de Carvalho
  • Resumo
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    Água de barrela, romance histórico publicado por Eliana Alves Cruz em 2016, tem como foco narrativo a reconstrução ficcionalizada da história familiar da escritora, dando início à sua árvore genealógica ainda em continente africano, por volta do ano de 1850. Ao visualizarmos as primeiras páginas do romance salta aos olhos não os capítulos iniciais, mas fotografias de um passado nacional, uma busca pelas origens da própria história, bem como a compreensão do desenvolvimento familiar e, por extensão, uma (re)descoberta da história do Brasil. A leitura de Água de barrela sob esse aspecto coloca o romance entre aqueles que tematizam a travessia da população negra no país, tendo como centro a história de mulheres negras em vivência. Nesta obra, é possível identificar o modo como a colonialidade do poder, sustentada pela ideia de raça, marginaliza sujeitos e histórias. Nesse sentido, a obra de Eliana Alves Cruz é analisada na perspectiva decolonial, considerando o modo como é narrada a diferenciação produzida por uma episteme moderna colonial. O romance propõe o que Ochy Curiel denomina de antropologia da dominação, uma oposição às construções de colonialidade do poder, do saber e do ser por meio do desvelamento das origens das opressões e definição de certos grupos sociais como “outros”. As análises são empreendidas considerando os estudos de Ochy Curiel (2020), Fernanda Miranda (2020), Grada Kilomba (2019), Patrícia Hill Collins (2019), entre outras. Em Água de barrela o leitor é convocado a refletir a respeito de sua própria história. A autora, ao concentrar o romance em uma perspectiva historiográfica, confronta as narrativas em torno do passado nacional e delineia uma nova base para a compreensão de suas origens.

     

  • Palavras-chave
  • Eliana Alves Cruz: romance. Água de barrela. Antropologia da dominação.
  • Área Temática
  • GÊNESE, EDIÇÃO E PRODUÇÃO DE AUTORIAS NO ENCALÇO DA CRÍTICA
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O Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI promoveu o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia em Teresina-PI, ocorrido nos dias 24, 25 e 26 de março de 2021, visando difundir as pesquisas sobre gênese da criação e arquivologia, além de prestar homenagem aos 10 anos do Núcleo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA/UESPI – um dos núcleos de pesquisa em crítica genética no Brasil. Esse evento bienal reuniu pesquisadores de todo o país e é organizado dentro das diretrizes nacionais dos estudos do processo de criação na literatura; nas artes em geral, e ainda nos estudos da arquivologia. Em sua quinta edição, o V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia teve como sede a UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, numa organização de Extensão e Pesquisa em Literatura do Grupo de Estudos em Memória e Acervos – NEMA, ligado à Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UESPI. Nesse sentido, o V Simpósio Nacional em Crítica Genética e Arquivologia foi organizado em torno da perspectiva de discussão sobre o papel da crítica textual, da publicação de textos e do arquivamento destes, do processo de criação nas artes, da importância das fontes históricas e da edição crítica como produto final do estudo do manuscrito a ser publicado. Além disso, reforçou também as abordagens teóricas do conhecimento científico que ajudam a entender o processo criador e arquivístico, dentre elas: História da Literatura, Teoria da Literatura, Crítica Literária, História, Sociologia, Educação, Biblioteconomia e Arquivologia. Nesse ínterim, o formato prevê conferências, mesas-redondas, oficinas e simpósios temáticos.

Os Anais do V Simpósio Nacional de Crítica Genética e Arquivologia reúne inicialmente os resumos dos trabalhos apresentados ao longo do evento, distribuindo-se em simpósios temáticos coordenados por pesquisadores de todo o Brasil. Os simpósios temáticos abrangeram elementos específicos referentes à edição crítica e à publicação dos mais diversos textos.

Editor(a)

Márcia Edlene Mauriz Lima

 

Corpo Editorial

Lanna Caroline Almeida (UFPI)

Lueldo Teixeira Bezerra (Centro Universitário Maurício de Nassau/PI)

Raimunda Celestina Mendes da Silva (UESPI-PI/NEMA)

Aparecido José Cirillo (UFES)

Eduardo Calil (UFAL/CNPq)

Rosângela Pereira de Sousa (UESPI)

Maria do Amparo Ferro (UFPI)

Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI/UFPI)

Raffaella Fernandez (UFRJ/PACC)

Sergio Romanelli (UFSC)

Christiane Stallaert (Antwerpen Universiteit)

Edina Regina Pugas Panichi (UEL)

Livia Sprizão de Oliveira (UEL)

Rosa Borges dos Santos (UFBA)

Mabel Meira Mota (UFBA)

Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)

Paula Guerra (Universidade do Porto)

Douglas De Sousa (UEMA)

Emanoel Cesar Pires de Assis (UEMA)

Henrique Borralho (UEMA)

Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA/UESPI)

Elizabeth Hazin (UnB)

Maria Aracy Bonfim (UFMA)

Cacio José Ferreira (UFAM)

Francisco Hudson Pereira da Silva (NEMA/UESPI)

 

Diagramação

Francisco Hudson Pereira da Silva

 

Revisão

Os autores.

 

Periodicidade

Bianual

 

Núcleo de Estudos em Memória e Acervo - NEMA/UESPI

R. João Cabral - Matinha, Teresina - PI, 64002-150 - Teresina - Piauí

Telefone: (86) 3213-7441